segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Iara Schaeffer visitando o Eden Projet,em Cornwal, Inglaterra


                                                                        


Eu até já tinha ouvido falar em alguma coisa parecida há alguns anos atrás, acho que era sobre uma experiência científica nos EUA, para construção de uma estação espacial na Lua.

A ideia era construir uma floresta dentro de um dome (uma bolha como um Iglu) e dentro dela construir uma floresta com plantas de todo lugar do mundo e tudo mais para que seres humanos pudessem viver sem o auxílio externo.

Foi com surpresa que visitei o Eden Projet em Cornwal na Inglaterra. Era como ver um sonho transformado em realidade! Lá estava os domus no meio daquele vale imenso... Ideologia transformada em real. Futurismo: hoje!

O complexo é dominado por duas grandes cúpulas adjacentes com milhares de espécies de plantas. As cúpulas composta de centenas de hexagonais e pentagonais, inflados, células de plástico, apoiado por estruturas de aço. A cúpula primeira emula um ambiente tropical, e a segunda um Mediterrâneo.
O projeto foi concebido por Tim Smit e projetado pelo arquiteto Nicholas Grimshaw e empresa de engenharia Anthony Hunt e Associates (agora parte da Sinclair Knight Merz). Davis Langdon realizado o gerenciamento de projetos, Sir Robert McAlpine e Alfred McAlpine fez a construção e MERO projetou e construiu os biomas. Consultores Uso da Terra levou o masterplan e projeto paisagístico. O projeto levou dois anos e meio para construir e aberto ao público em 17 de março de 2001.” (fonte Wikipidia)

Nunca pensei que fosse viver isso, foi como chegar no futuro anunciado "2001 Odisséia no Espaço”, tamanha organizaçao e tudo funcionando como um relógio, tudo plantado crescendo e transformando, energia alternativa, alimento natural, nada perdido, tudo transformado em alimento e dele para o adubo e do adubo de volta à sua mesa! Simples assim...

Em dois dos domes encontra-se as Floresta Tropical e Mediterrânea. Na tropical foi como se estivesse entrando na nossa floresta Amazônica. Quando as portas se abrem se sente um bafo de calor úmido e como  a floresta foi plantada em aclive, quanto mais sobe mais quente fica, deixando até o cabelo molhado, como se estivesse saido do banho. Entre cachoeiras, rios e muita vegetação o caminho vai subindo até que a temperatura chega aos 33ºC. Durante a descida a temperatura do corpo também começa a descer e quando se aproxima da porta de entrada onde aquele bafo de calor tinha nos encontrado; uma brisa fria te espera.

O dome Mediterraneo abriga plantas de casa e de areas temperadas e áridas, como azeitonas e videiras. Diversas esculturas estão colocadas em lugares estratégicos, dando ao dome a atmosfera dos jardins mediterraneos.

Entre o Dome Tropical e o Mediterraneo fica o refeitorio, a loja de presentes e de alimentos produzidos no próprio local, tudo interligado. A clientela senta em bancos de madeira, serve-se do que quizer (os preços estao escritos em papeis do lado do alimento) e na mesa encontra-se o leite, a agua, a manteiga e os temperos. Faz as compras, coloca em sacos de papeis recicláveis e depois ….pásmem: no caixa você diz o que consumiu e o que comprou: acreditam na sua Honestidade!

                                                                        

















eu e meu filho Bernard Schaeffer

texto e fotos enviados por: Iara Schaeffer

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Mario Lago


Fazer   um  céu

Fazer um céu com pouco a gente faz.
Basta uma estrêla,
Uma estrêla e nada mais.
Para ter nas mãos o mundo
Basta uma ilusão.
Um grão de areia
É o mundo em nossa mão.
Sonhar é dar à vida nova cor,
Dar gosto bom às lágrimas de dor.
O sol pode apagar,o mar perder a voz,
Mas nunca morre um sonho bom dentro de nós.

Mario Lago




segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Prédio da Avenida Ibirapuera, número 1978

                                                   Construção   do  Prédio do meu avô Roberto Lippi

início da construção em 1949

alicerce, 1950


Minha mãe dona Anita comigo no colo e meu irmão Roberto,
vista lateral das casas da Avenida Ministro Gabriel  de Resende Passos, em 1951


Dá para ver a cêrca que separa a linha do bonde da Avenida Ibirapuera,em 1952


                                                                  

                  
Meu avô Roberto Lippi nasceu em Lucca, Italia.Por volta de 1925 êle veio para o Brasil.No início morou no bairro Belenzinho e em seguida veio morar em Moema, na época o bairro era chamado de Indianópolis.No final de 1949 êle começou a construir o prédio na Avenida Ibirapuera,número 1978.A intenção da construção era para que toda a  família nêle morasse, mas a minha avó Ida não quis morar no prédio ,então os meus avós continuaram morando na Alameda Iraé.O meu tio Silvano e sua família morou no prédio até 1963 e a minha família até 1977 e daí meus irmãos e eu usamos o espaço para construir nosso primeiro estúdio de gravações. O estúdio lá funcionou até 1984  e  e depois da morte da minha avó Ida, nesse mesmo ano, o prédio foi vendido. O meu avô Roberto faleceu em 1974.
O prédio depois de vendido foi demolido e no local  hoje funciona o estacionamento do Banco Santander.

                             
                                                  
Mercury 51 estacionado em frente ao prédio e eu estou no volante,em 1965

                                                                Em 1973
Em  1978


texto e fotos enviados por: Ronaldo Lippi

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Minha melhor inimiga!

                                         

Na época em que ainda era Instituto de Ensino Tabajara na Avenida Jurecê, encontrei lá uma professora maravilhosa chamada Maria Dalva. Ela era a nossa professora preferida de Geografia. Além de ser ótima professora ela nos cativava com seu carinho e atenção, acho que o que aprendi de geografia devo muito à ela e sua dedicação no ensino.Quando sua aula acabava, ela ainda ficava alguns minutos tirando nossas dúvidas conversando e brincando, era dureza deixar ela ir embora.
Um dia a nossa querida e preferida professora chegou na classe com uma menina lindinha, loirinha, de olhos azuis, nós apresentou como sendo filha de uma vizinha e que por algum tempo ela viria com ela nas aulas de geografia. Nossos olhos se encontraram e deles saíram faíscas.

Quase todas os dias de aula Dona Maria Dalva fazia algumas perguntas sobre a aula anterior e sempre havia muitas mãozinhas levantadas dizendo : - “Eu sei, eu sei...", mas no primeiro dia daquela visita inesperada a primeira mãozinha a levantar e apressadamente responder era daquela coisinha loirinha de olho azul, para desespero de todas as outras crianças.

Isso continuou acontecendo por algum tempo, e a paciência de algumas já estava acima do limite com aquela intrusa, e ainda por cima, preferida da NOSSA professora predileta!

Em um desses dias para que o animos se acalmassem, a Dona Maria Dalva pediu para que nós levássemos a garota para o intervalo para que ela brincasse conosco e assim possívelmente aceitássemos a tal intrusa.

Liderada por mim, claro, começamos a elaboração do plano: "Fora olhos azuis”.

Primeiro dia: a brincadeira era queimada, não tinha jeito a bola ia com toda força na menina, era bolada pra tudo que era lado, ela até fazia cara de choro mas aguentava numa boa!

Segundo dia: Cabra cega, não precisa nem dizer quem seria a cabra cega; colocávamos sempre ela por último, quando comessávamos a cantar:

nós: Cabra-Cega, de onde você veio?
Cabra-Cega: Vim lá do moinho.
nós: O que você trouxe?
Cabra-Cega: Um saco de farinha.
nós: Me dá um pouquinho?
Cabra-Cega: Não.

Ela saia de olhos vendados querendo pegar alguém, mas o povo sumia para outras bandas e ela ficava lá que nem uma barata tonta sem conseguir pegar ninguém…

Terceiro dia : Ceguinho. Colocávamos a venda nela e comessávamos a cantar:

   Pai Francisco entrou na roooda tocando seu violão
   Paranran pã pão
   e vem de lá seu delegado pai Francisco foi pra prisão
   Como ele vem todo requebrando parece um boneco desengonçado...

Quando ela vinha pra escolher alguém na roda a gente abria a roda e ela dava de cara com a parede... Saímos rindo abessa e como sempre ela não dizia um “a“ sequer!

Quarto dia: foguinho

Duas crianças segurando a corda começam a bater e falar:

Salada, saladinha
Bem temperadinha
Com sal, com pimenta
Fogo, foguinho.
Enquanto isso uma menina está pulando a corda. Ao pronunciar a palavra foguinho deverão girar a corda bem rápido. Quem conseguir pular mais rápido, sem esbarrar na corda seria a vencedora.
Quando chegou a vez da intrusa viramos a corda muito mais rápido do que de costume e puxamos a corda, ela tropeçou e caiu de joelhos. Resultado; ela não se conteu, não parou de chorar, machucou todo o joelho e aí  levamos a maior lição de moral de todos os tempos da nossa professora predileta!

Na próxima aula a intrusa não apareceu, eu fiquei feliz da vida pois apesar de não ter gostado da bronca que levei, o plano deu certo!

Tres anos depois o dinheiro começou a andar curto então fui obrigada a trocar de escola particular para escola Estadual. Naquela época algumas escolas Estaduais tinham um bom curriculum e portanto era muito difícil conseguir uma vaga, para isso tínhamos que fazer um teste. Na época o mais conceituado era o IEEPAL (Instituto de Ensino Estadual Professor Alberto Levy), na Av. Indianópolis, e foi para lá que meus pais resolveram me mandar.

Primeiro dia de aula, entrando pelo portão lateral, de longe, sentada no canteiro que ficava beirando as classes, com um montão de amigas, rindo e fofocando, quem estava?

Exatamente ...a intrusa ,agora no papel inverso... Meu Deus, tremi nas bases, agora sim vou entrar bem, pensei comigo.

Caminhei vagarosamente pela entrada e fiquei aguardando. Ela levantou, colocou a mão na cintura e começou a gargalhar:
                    Voce aqui é?! Disse ela.

Eu fiquei de boca calada ,esperando...

Ela veio até onde eu estava e me deu o maior abraço.
 
Isso foi em 1968. De lá pra cá muitas e muitas histórias pra contar dos nossos cinquenta e tr a lá lá anos de uma eterna amizade que começou mal mas caminha de vento em popa!


                                         Minha amiga Iná  e  eu                
texto e foto de: Iara Schaeffer
                                                              


terça-feira, 15 de novembro de 2011

Muita traquinagem nessa árvore!

                                     Meus filhos Arthur,Thiago ,Fabio e os primos Octávio  Campolongo e Gabriel Campolongo
                                                Essa árvore ficava no quintal da casa do Otávio e Gabriel, na Rua Honduras, ano 1983.

                                                              Época  de muitas  reinações!

domingo, 13 de novembro de 2011

...um Corcel e uma Veraneio

                        Ronaldo Lippi no Corcel 1969 e Roberto Lippi na Veraneio 1968
foto enviada por:Ronaldo Lippi

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Tudo acontece em Moema


Quinta-feira, dia 23 de junho de 2005 aconteceu mais um encontro das aposentadas da EEPG César Martinez, que se reuniram para um agradável happy hour em um aconchegante restaurante de Moema. Onde não foi necessário fazer “dieta” para poder pagar a conta.

Esses encontros fazem parte de uma antiga e deliciosa tradição preservada durante décadas, de se manter e valorizar a amizade entre aquelas que já se aposentaram e que durante um tempo de suas vidas conviveram, lecionando naquela escola.

Não sei de quem foi a idéia e nem quando isso começou, pois, quando em 1987 cheguei à escola, as então aposentadas já se reuniam e nós, da ativa, ficávamos curiosas para saber o que tanto elas tinham para falar, para se reunirem várias vezes ao ano. Hoje eu sei.

Neste encontro compareceram: a Maria José, nossa sempre querida diretora e a Jacira, a “senhora organização”, que muito me ensinou. Completando o Kai Kan (não sei se é assim que se escreve, mas é assim que se fala), a Rosa, a Farumi, a Tomoko, a Irene, a Amélia e eu, sem olhos puxados, mas com muita afinidade com os orientais.

A Terezinha, do pré, como a gente fala, com um sorriso que não cabia no rosto: ficou vovó no dia 4 p.p., parabéns e boas vindas para a Isabela; a Terezinha Marron, que não parou de falar um minuto, ensinando o pessoal a preparar receitas de inverno. A Rose, cada vez mais esfuziante, entre Floripa e São Paulo, sempre explicando os porquês da História.

Na outra ponta, quietinha, como boa matemática, a Júlia, a Daisy, nossa eficiente bibliotecária, a Ana Maria, acho que a última a se aposentar, a Dinorah, com quem bati um bom papo antes da turma chegar, a Claudia que não perde um “São Paulo de Todos os Tempos” e é fã do Geraldo Nunes, a Elita, amiga da Rosa, a Nadir, sempre alegre e alegrando todos à sua volta e a Ana Emília, a última a chegar, que aposentada do Estado, continua na luta, lecionando numa escola da Prefeitura de SP e que segundo ela, só vai parar quando atingir o tempo para a outra aposentadoria. Que fôlego!

A grande ausente foi a Marilda, falecida no último dia 14.

Para o próximo encontro, foi sugerido que se realize debaixo de uma grande árvore, onde possamos interagir melhor e nos inteirarmos de todas as fofocas, pois do modo como foi, isso era impossível.  Dezenove mulheres falando ao mesmo tempo sentadas em torno de uma longa mesa e ainda tendo que degustar aqueles quitutes deliciosos.

Em uma cidade como a nossa, onde apesar de aposentadas, corremos o tempo todo com mil afazeres e um trânsito congestionado a nos atrasar e enlouquecer, é muito bom cultivar o hábito de nos darmos um tempo para curtir os bons momentos com amigos, pois como sabiamente nos lembra a Maria José, para ir a velórios e enterros, sempre damos um jeito, mas quando se trata de momentos alegres, relutamos em nos permitir desfrutá-los.

Ah, em tempo: fiquei sabendo que o Marcelo Crescenti, correspondente da Rádio Eldorado na Europa, é o filhote da Stella, uma das amigas aposentadas que desta vez, faltou ao encontro.

texto enviado por: Lidia Walder

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Morei na Rua Jacutinga,117

Nossa trabalhei na Fiação Indiana que foi fechada pra se transformar no Shopping Ibirapuera,morava na Rua Jacutinga,117, com meus pais e minha irmã e estudamos no Levy e no Grupo Escolar César Martinez, fiz minha primeira comunhão na Igreja Nossa Senhora da Aparecida e lembro que neste dia,minha mãe me acordou de madrugada para tomar o café da manhã, pois tinha que ficar 3 horas sem comer nada para poder comungar,andei muito a pé pelo bairro e quando passo por lá(é muito difícil isto acontecer,pois estou fora de São Paulo  há quse 30 anos) tem lugares que tenho dificuldades para reconhecer.
A agência do Joquei me lembro bem, meu tio pai do meu primo Wagner, era alfaiate na casa ao lado e em frente tinha o cine Joá,ninguém lembrou dele, grandes matines.Saudades daqueles tempos.
Nas indústrias e fornecedores de serviços que existiam em Moema , vc adcionou a Machatanz,mas em frente havia uma oficina muito grande, uma autorizada da Mercedes Benz,lembro dela,pois a senhora que lavava a roupa dos donos da Mercedes  também lavava roupa em casa, eu morava na rua Jacutinga,117,ela se chamava D.Francisca,e ela falava muito gozado, em vez de arrepio ela falava arrupio,e por ai vai, ela era baiana e morava ao lado da Casa Palma ,lá na Avenida Cupece,lembro bem dela andava com um pano branco enrolado na cabeça,lavava roupa de bastante pessoas nas redondezas da Rua Lavandisca onde também tinha o Bierhalle, casa de chopp e shows.
Lembro do Castellari e tinha outros 3 meninos que o pai deles era dono de uma floricultura,o sobrenome deles era Wetge.Lembro que uma vez,durante as festas juninas o mais novo dos irmãos se queimou com um monte de bombinhas no bolso.Eles eram amigos do menino que tinha o apelido de Nene(ele tinha muitas sardas).Tinha a Nicoletta que era muito amiga nossa, tinha gente que achava que eu,minha irmã Phrynee e a Nicoletta eramos irmãs as tres, ah!


texto enviado por: Maria Cristina Di Pace Schmidt

domingo, 6 de novembro de 2011

Os almoços de domingo

Depois que meus pais se separaram em 1953, íamos almoçar aos domingos na casa de minha tia Chafica, irmã de minha mãe, na Avenida Aratans, no bairro do Aeroporto. Depois de descermos na Praça do Correio, caminhávamos até a Galeria Prestes Maia, e pegávamos o ônibus Aeroporto. Temos fotos da época, minha mãe muito elegante, meu irmão de terno de calças curtas, minha irmã e eu igualmente vestidas, portando bolsas a tira-colo, além de uma bexiga amarrada numa vareta de bambu de aproximadamente 50cm, que, acredito, tinha sido comprada ali mesmo. Já no ônibus, passávamos em frente ao Teatro de Alumínio, na Praça das Bandeiras, uma vez que o ônibus seguia pela Avenida Nove de Julho e no túnel arregalávamos mais os olhos e olhávamos para nossas mãos porque as luzes já eram alaranjadas, víamos a propaganda do basculante da Trivelatto, dobrava a Avenida Brasil, e olhávamos embevecidas aqueles lindos casarões. Encantava-me especialmente um que fazia esquina com a Brigadeiro Luiz Antonio, hoje Banco Real. Minha irmã gostava da mansão ao lado. Na República do Líbano, as casas eram menores, mas sentíamos um úmido frescor proveniente do parque Ibirapuera. Quando chegávamos à boite Bambu já nos levantávamos, porque estávamos próximos ao nosso destino. Saltávamos em frente à Cruz Vermelha e víamos muitas crianças na sacada, esperando seus familiares. Minha mãe nos dizia que era dia de visitas e que as crianças estavam em tratamento. Sentíamo-nos felizes e seguros por termos nossa mãe sempre ao nosso lado. Estávamos amparados. Para completar nossa felicidade chegava o Zorro, o cachorro de minha tia, que vinha nos encontrar saltitante e fazendo festa. A subida da Aratans era difícil, pois muitas vezes, após um calor escaldante, éramos surpreendidos pela chuva e nossa elegância terminava no maior atoleiro. Apesar de a pé, derrapávamos. A casa de minha tia era muito alegre e ostentava orgulhosamente uma placa de metal em comemoração ao IV Centenário, e o tio José tinha um carro de aluguel e fazia ponto no Aeroporto de Congonhas. Após o almoço, algumas vezes, íamos à matinê do Cine Jurucê. Na volta, exaustos, adormecíamos e éramos despertados ternamente por minha mãe, para caminharmos até a Praça do Correio, tomarmos outro ônibus e voltarmos para casa. Apesar do o percurso durar várias horas, esperávamos ansiosos pelo próximo domingo.

texto enviado por: Mirça Bludeni de Pinho

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Baile no salão do Aeroporto


Lá se vai muito tempo quando no salão do Aeroporto de Congonhas, era realizado os bailes de formatura.

Porque nos trabalhávamos, e só podíamos ir aos bailes aos sábados, quando se iniciava os preparativos, arrumando o traje de rigor um smoke comprado em suaves prestações, nas lojas Garbo, Exposição ou na antiga Ducal, passávamos, com capricho o paletó de gola redonda acetinada, bem como as calças, e deixávamos à mão a gravata borboleta de pontas retas, e a famosa faixa, roxa ou preta, engraxava os sapatos, que ficava brilhando.

Depois das 22 horas saímos de casa com os perfumes da moda como o Lancaster ou English Lavander de Atikinsons, pegávamos o bonde até Moema, de pé para não amassar a vestimenta, e na esquina da Iraé com o Largo de Moema a gente se encontrava com os amigos para irmos ao baile.

Tínhamos que chegar mais cedo, pois não tínhamos convites, e precisávamos arrumar como entrar no baile, fazendo gentilezas com as formandas, que chegavam de taxi, abrindo a porta com muita elegância para conseguir o convite em papel camurça, com o nome de todos os formando e professores.

As orquestras mais resiquisitadas, da época e a do Maestro Osmar Milani, Luiz Arruda Paes (coral e cordas), Silvio Mazuca, Zezinho e sua orquestra, e às vezes Cil Farney, e ainda a mais nova Henrico Simonetti. Ao iniciar o baile uma das orquestras recomendava que era, proibido soltar a dama no meio do salão ou seja dançar solto, a ordem era do juizado de menores.

Então acontecia a valsa dos formandos, quando se dançava, com o pai ou a mãe, para depois com os amigos, quando o locutor chamava um por um.

Durante o baile, as orquestras, faziam seleções musicais, temáticas, só samba só bolero, em fim ritmos iguais, para descanso dos músicos.

Naquelas noites de verão muitas vezes se via os relâmpagos através das vidraças do salão do Aeroporto.

Final do baile, hora mais triste, estava amanhecendo, voltávamos para Moema à pé pela Av. Washington Luiz e descendo Av. Moema até o Largo, comentando a noite maravilhosa que não voltaria tão cedo.

texto enviado por: Sergio de Pinho Moreira