quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Terrenos baldios


Nos anos 1950 os terrenos baldios era o corte de um longo caminho, o que hoje não temos mais. Da Vila Olímpia até o Itaim, havia vários terrenos com as picadas (caminhos formados pela passagem de muitas pessoas) Isso evitava uma pessoa andar cem ou duzentos metros a mais. Da Rua Elvira Ferraz, até a Avenida Imperial, (Horacio Lafer) muitos terrenos encurtavam o caminho. Caso não houvesse esse corte de caminhos por terrenos baldios, teríamos que ir até a Rua Pequena (Rua Professor Atílio Inocente) para chegar até a Rua da Ponte (Clodomiro Amazonas). Mas duro mesmo era subir o ladeirão que dava acesso ao Morumbi, saindo da Praça Américo de Moura, à esquerda, já que a direita vai ao Jóquei Clube. Esse caminho eu fiz durante muitos anos desde garoto quando corria atrás de balão, e depois quando trabalhava na radio bandeirantes.
Do outro lado da cidade, quando a gente ia a TV Record no bairro aeroporto, assistir as lutas livres, aos sábados à noite, ou a Gincana Kibon aos domingos à tardinha, a gente subia a Rua Alvorada, e depois a Avenida dos Eucaliptos até a emissora que ficava próximo ao aeroporto de Congonhas. Era uma caminhada de mais de um quilometro, mas valia à pena, pois o programa Gincana Kibon era muito gostoso de assistir. O programa era apresentado por Vicente Leporace e tinha como coadjuvante Clarice Amaral, que Leporace a chamava de Miss Kibon.
Na volta à turma formada de pelo menos cinco pessoas, todos bagunceiros, a coisa era caso de policia, sempre tinha um atirando pedra em uma vidraça, e quando ela era quebrada todos corriam. Um domingo fomos ao salão da Criança, e na volta o Álvaro o mais bagunceiro, atirou uma pedra bem grande que estilhaços uma parede de vidro de um terraço. Todos correram menos ele que tinha atirado a pedra. O homem espumando veio pra cima dele. Você viu quebraram a vidraça da minha casa! Eu vi, olha que covardes. Atiram pedra e depois todos correm. Deviam ficar aqui para se responsabilizarem que o estrago que fizeram, disse Álvaro na maior cara de pau. Isso sem dar um pingo de risada.
O tempo passou os terrenos foram ocupados pelo progresso, primeiro construíram casas ou sobrados. Depois veio o boom imobiliário e os prédios tomaram conta, quase não se mais residências térreas. De Moema ficou a lembrança da Fiação Indiana, onde hoje é o Shopping Ibirapuera, Tinha a torre da Aeronáutica e um belo campo de futebol ao lado. De tudo somente ficou a torre, e a lembrança de uma Moema com ruas de terra, da poeira na estiagem, e do barro nas chuvas de verão, e do bonde que foi extinto em 1968, com ultima viagem feita com um passageiro ilustre, o prefeito faria Lima.

texto enviado por: Mario Lopomo

4 comentários:

  1. Olá, Mário!

    Bacanas suas memórias.
    Lembrei dos corta caminhos,perto de nossa casa,quando éramos crianças... Tinha um que tínhamos de passar para irmos na casa de parentes e dava medo, pois era bem estreito e tinha uma pinguela sobre um riozinho;uma verdadeira aventura atravessar...rsss
    Muita paz!

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  2. Quantas vezes eu e meu irmão andamos pela Eucaliptos, depois Miruna até a Record(que não era perto do aeroporto, era bem antes) para patinar no gelo.

    Marli

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  3. Lopomo

    perto de casa eram muitos os terrenos baldios: e nêles cada grupo se apossava do seu terreno e se preparava para a gostosíssima guerra de mamonas!
    abraço

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  4. marta ovando obara9/01/2011 3:42 PM

    Num terreno perto de casa vivia o temeroso Pestana,diziam que era tarado , mas o pobre do coitado acho mesmo que era louquinho..Passei muitas vezes pela Av. dos Eucaliptos,tinha um barzinho que ia comprar balas e , quase esquina com a Santo Amaro tinha o Laboratorio Wellcome que diziam que era da Rainha da Inglaterra.Adorei o que você escreveu e essas lembranças vieram, Abraços, Marta

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