terça-feira, 29 de março de 2011

Dona Maria das flores

      Toda sexta-feira um pouco antes do almoço já do portão de casa a gente conseguia ver dona Maria vindo lá do final da rua empurrando
o seu carrinho de madeira repleto de  flôres.Quanto mais perto ela chegava mais alto a gente gritava: 
      -Mãe a dona Maria! Vem mãe!
      Mamãe largava tudo o que estivesse fazendo e vinha às pressas.
      Dona Maria sempre vestia uma blusa preta, várias saias uma sobre a outra e todas pretas.Na cabeça trazia um lenço grande, colorido, todo enrolado.Era
de fato uma senhorazinha portuguesa.Tinha um sorriso largo e um jeitinho especial, até engraçadinho de falar:
     -O meninas, o que vão querer hoje?
      Mamãe olhava surpresa para o carrinho sem saber ao certo entre tantas flores lindas, quais escolher.Olhava, olhava e, então ia pegando
as palmas, rosas e os cravos que papai gostava tanto.Os seus braços ficavam repletos, ah era bonito de se ver!
      E como num estalar de dedos as vizinhas vinham se aproximando e comprando.
      Dona Maria das flores se despedia promentendo voltar na próxima semana. Empurrando o seu carrinho, agora já vazio, ia sumindo pela rua de volta à
sua chácara na Vila Olímpia.
      Surpresa maior era entrar em casa e ver tudo tão florido!

6 comentários:

  1. Eu lembro muito dessa senhora que vendia flores no bairro.Muito bom.

    Leda Maria

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  2. Pena não tê-la conhecido, mas o relato é lindo.

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  3. MARCIA, Seu texto me faz recordar a dona Maria das flores, minha mãe sempre comprava flores da mesma. Nessa época morávamos na Rua Prof. Vahia de Abreu. Tinha também o japonês verdureiro, também morava na Vahia de Abreu, seu carrinho era igual o da dona Maria florista. Existia também uma outra portuguesa que morava na Rua Gomes e Carvalho, mais ou menos numero 1.550, era casada com um empreiteiro muito bom chamado Antonio da Boina, essa florista tanbém era muito conhecida não só na Vila Olímpia como em Moema, Brooklim, Vila NOva Conceição. Quanto ao Norberto, ele esqueceu de citar o caminhão de Balas Bela Vista, meu pai (JOsé Rodrigues - o Villadonica, ou JOsé eletricista) , por um bom perído de sua vida teve uma freguesia de doces cujos produtos que vendia era doces Bela Vista. Quanto as corridas de bicicletas, estas eram organizadas pelo Oscar Barbeiro. Belas lembranças. Parabéns à todos. Manoel Rodrigues

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  4. Legal Marcia!Tenho gratas lembranças de Moema.Morei neste bairro qdo meus filhos eram pequenos e estudaram na Móbile, lembra desta escola?Ficava na Macuco esq.Canário.Frequentava a igreja Nossa Senhora da Aparecida.Tive dois filhos no Hospital Alvorad na av Ibirapuera.Naquele tempo, foi o período de construções de prédios de apartamento.Expansão do bairro.Cheio de barzinhos,me lembro do Winduk,João Sehn,Bierhouse,etc...Das Noviças,Os Monges.Do Shopping Ibirapuera, onde uma vez o meu filho mais velho que era pequeno, caiu no tanque dos girinos.Era muito gostoso passear no Ibirapuera.Abcs querida.
    Dorinha Vitali

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  5. Adorei seu blog, Marcia.

    Ainda não li tudo, mas já o coloquei em meus favoritos.

    Morei em Moema de 1964, ano de meu nascimento, até 1971, mas nunca me afastei. Continuei estudando no bairro até terminar o Ensino Médio. Meus amigos de adolescência eram quase todos de lá. Já adulta, não saia da casa de primas que continuaram no bairro. Meu marido morou lá de 1963, ano em que nasceu, até 1990. Até hoje Moema é uma referência. É lá que faço compras, corto o cabelo, vou ao médico e, claro, aos bares e restaurantes.

    Tentarei encontrar algumas fotos.

    Bjs,

    Eloise

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  6. lembro bem da dona das flores mais lindas que ja vi,logo que ia chegando corria pra ajudar escolherqual flor do dia.Ate hoje nao sei como aguentava puxar aquela carrocinha andando por todo o bairro de sol a sol e ja nao era tao nova.Um grande exemplo de mulher.

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