sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Meu pai, meu herói



Qual pai não é tratado assim, um pai é o começo e a concretização de uma vida, de uma esperança de uma educação e de um encaminhamento positivo na vida do filho, assim classifico meu pai.
Meu pai desde seu nascimento, na primeira guerra mundial, passando pela luta na segunda guerra mundial, passando por tudo que se possa imaginar, praticamente um apátrida, por morar em tantos lugares, apesar de nascer na Polônia e quase não conhecer sua terra, pois  foi jogado pelo mundo, ora por uma guerra, ora por outra guerra, ora por uma necessidade de mudar de país, de Estado  de Município e até principalmente de bairro até encontrar seu porto seguro, seu oásis que foi em São Paulo.

Assim foi a trajetória de meu pai, até que um dia do mês de junho de 1950, conseguiu fixar se num bairro distante do centro da cidade de São Paulo, chamado fundão da Zona Sul, chamado Vila das Belezas, onde foi um dos primeiros a construir uma casa no meio do mato e viver ali até os anos de 2007, quando faleceu com 89 anos, ele viu o bairro crescer e cresceu junto.

Seu Penúltimo bairro foi o Brooklin, onde nasci e com um ano viemos para cá quando a casa ficou pronta e aqui que tudo aconteceu, foi ele que me carregou no colo e levava para os amigos ver, ensinou me os primeiros passos, foi ele que me deu a primeiro triciclo com o qual percorria as ruas de terra batida de nosso bairro, foi ele que me deu a primeira bola de borracha imitando a de capotão para eu ir brincar nas peladas das ruas e dos terrenos baldios do nosso bairro, foi ele quem me dava os carrinhos de lata , foi ele que me ensinou a montar as primeiras arvores natal natural, foi ele que me deu as primeiras broncas e tapas no traseiro que pode ter me corrigido de possíveis desvio social na vida, atitude hoje proibida pela lei.

Quando ingressei na escola primaria da Escola Estadual Renato Braga em 1957, foi ele quem comprou os cadernos brochura, os lápis com a borracha na ponta e a mochila.

Não consigo esquecer que quando ele recebia o pagamento sempre trazia uma surpresa para mim e minha mãe, foi uma época que as crianças praticamente não tinham creche, pré escola, a mãe era a dona de casa, professora, empregada, era um segundo pai e o pai era uma mãe, isso era normal naquela época, ambos preocupados com o filho.

Sua trajetória de vida era sempre o trabalho, nas firmas que trabalhou que foram aqui no Brasil apenas três, trabalhava de segunda a sábado, pois naquela época era normal trabalhar aos Sábados até meio dia, a tarde cuidava da horta no fundo quintal e domingo fazia  a feira, ia de bicicleta de nosso bairro até Santo Amaro, hoje inimaginável esse percurso devido ao perigo no transito, enfim ele não parava.

As crianças com quatorze anos já iam trabalhar com carteira assinada, hoje é proibido, naquela época se forjava um caráter logo na infância e aprendendo com o pai, pois o trabalho dignifica o homem, e no caso do primeiro trabalho, não deixava a criança pensar bobagens, não ficava na ociosidade.

O conselho que o pai nos empregava, nos alertava para as dificuldades da vida e com isso valorizávamos o dinheirinho ganho e aprendíamos com isso a poupar e com essa atitude muitos dessa época se aposentaram com no máximo de 45 a 50 anos de idade.

Por isso e outras razões que tenho em meu pai meu herói meu exemplo e que seu nome Josef Rybczynski, é um exemplo de luta, perseverança e vitória, e tenho certeza que o bem venceu o mal pelo que ele viveu e sofreu nos caminhos da vida.

 texto enviado por: Estanislau Rybczynski

3 comentários:

  1. marta ovando obara8/19/2011 2:44 PM

    Estanislau que texto lindo e mais lindo ainda tudo que o pai ensinou e todo o legado que deixou.Linda também a homenagem êle com certeza está admirando você com muita ternura e alegria.Abraços, Marta.

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  2. Estanislau a sua história me fez pensar no meu pai, no seu trabalho, dedicação à nossa família e no seu amor pelos filhos, me deu muita saudade

    João A.Pereira

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  3. Olá, Estan...

    è sempre muitobom lembrar o pai de uma forma carinhosa como a que você nos relatou aqui...
    Realmente, nosso pai é nosso herói. Também penso assim. Pois eles tuo fazem para proverem a família e para protegerem os filhos.
    Lembrei tanto de meu amado pai, que também trazia um agrado para os nós, quando pequeninos, sempre que recebia seu pagamento.
    Saudade!
    Valeu!
    Muita paz!

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