quinta-feira, 16 de junho de 2011

Santo Antonio

Os anos que morei na Nhambiquaras foram repletos de festas juninas. Meus vizinhos eram muito festeiros, Dona Cecília, Seu Castanheira, Dona Olímpia, Seu Ney, Dona Tereza... nos reuníamos todos na frente da minha casa, que tinha um jardim na frente, por sinal nada cuidado, fazíamos a fogueira, cada um trazia uma coisa, quentão, bolo de fubá, pipoca, milho verde, canjica, arroz doce... O arraial era muito bem servido, dançávamos a vontade e nos divertíamos até a madrugada, todas as famílias e agregados.
Normalmente essas festas eram feitas quase sempre na véspera de Santo Antonio ou São Pedro.
Uma dessas festas ficou bem gravada na minha mente ,eu tinha 14 anos, nessa noite tínhamos uma relação de adivinhações para Santo Antonio.
Começavamos com as agulhas virgens, naquela época a minha paixonite aguda era o dono da DKV azul. Eu colocava a primeira agulha que representava ele e depois a segunda que seria eu. A minha agulha corria corria atrás do DKV e ...nada, nuuunca elas se juntavam, por mais que eu tentasse e usasse de todas estratégicas enganosas... nada. O dono daqueles olhos azuis sempre saía numa corrida doida loooonge de mim, para minha angustia!
Depois da tentativa fracassada das agulhas fomos para a faca virgem na bananeira (coitada), depois de enfiar a faca na pobre da bananeira, tínhamos que rezar para Santo Antonio um Pai Nosso e esperar o outro dia, onde no "sangue” da bananeira estaria estampado o nome do meu futuro marido. Quem sabe um 'N' apareceria para alimentar minhas esperanças...
A próxima adivinhação era descascar uma laranja por inteiro sem quebrar a casca, depois roda-la pensando no alfabeto, quando ela se partisse você teria a inicial do nome do seu marido. Para minha infelicidade, ela se quebrava logo no início, mesmo quando eu a rodava bem devagarinho para que pudesse chegar até o 'N' ...nunca chegava!!!!!!!
A última tentativa da noite era os papelotes com o alfabeto, você os deixava debaixo do travesseiro e pela manhã você teria um deles abertos e a descoberta da inicial do nome do futuro marido.
A noite continuava; pula fogueiras, risadas, danças e paqueras até que o cansaço nós vencía e cada um devagar voltava às suas casas.Dia seguinte, dia das grandes descobertas!!!!!!!!
Primeira coisa: levantei o travesseiro e havia um papelote aberto e não era o bendito 'N'...corri para o quintal da vizinha onde estava enfiada as facas ...tudo se misturava, mas eu até que conseguia ler uma letra ou duas, mas também não era as iniciais do meu amado! Todas nós saíamos rindo, nada deu certo. Essa coisa de Santo Antonio não funciona, é tudo uma porcaria, bobeiras que o povo inventa... eu sei que vou casar com ele... e os sonhos continuavam...
Anos depois quando lembrando esses acontecimentos de infância, me lembrei das letras do alfabeto cortado na casca da laranja, do papelote , debaixo do travesseiro  e da letra na bananeira: 'B' !!!!!!!
Genteeee adivinhe o nome do meu marido???
... Bernard!!!!!!!!
Êta santinho bommm sô!!!!!!!!!!

texto escrito por: Iara Schaeffer

3 comentários:

  1. êta santinho bom êsse Iara e num é que deu certo, bom se deu certo procê deu certo prá muita gente!
    abração

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  2. Também quero saber o nome do meu futuro marido, vou apelar para Santo Antonio.

    Maria José

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