terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A vida na Rua Inhambu 
 ....  continuação

Penso que como todos que moravam no Jardim Novo Mundo, fiz o pré-primário no Grupo Escolar Professor Napoleão de Carvalho Freire. Era perto de casa
e minha mãe levava os três filhos a pé até a escola. Não sei o que meus irmãos achavam de estudar lá, mas eu detestava porque a minha professora, Dona
Wanda, parecia a bruxa má, que havia saído da história da Branca Neve para trabalhar no Grupo Escolar e assustar muito mais crianças. Todos os dias era
uma nova tortura. A única coisa boa que havia ali é que conheci vários amigos e amigas que moravam nas redondezas, e também porque conheci um menino muito
bonitinho e simpático, que, é claro, sempre tentava sentar ao lado dele, cujo nome era bem diferente, Altivo Ovando Júnior, e demorei dias para conseguir
decorar e falar para a minha mãe. Acho que ele foi o meu primeiro amor!!!
        Ai, quase ia me esquecendo de falar sobre o meu primeiro amigo, que também morava  na Rua Inhambu, só que 2 quadras para cima. Era um menino muito
sorridente e acho que o que  chamou a minha atenção  foi seu cabelo vermelho. Seu nome era Marcelo (de Freitas Guimarães, como vim a saber anos mais tarde),
que na adolescência ganhou o apelido de "Fogueira". Hoje brinco com ele de que somos amigos desde sempre.
        Pena que a memória falhe porque não consigo me lembrar em que ano o Córrego da Traição foi canalizado e transformado na Av. dos Bandeirantes. Foram
anos de obras, o sossego acabou, assim como nossa casa na árvore, nosso cantinho à beira do córrego, com banquinho e tudo, os cavalos sumiram, enfim, era
o progresso chegando. O que não me esqueço é que devido as obras, num dia de temporal, o andar de baixo da minha casa ficou todo alagado e cheio de barro.
Perdemos o sofá e poltronas, o carpete e outras coisas que não me lembro. O que não me sai da memória era a tristeza no rosto de minha mãe!!!
        Os anos foram passando, fui estudar no Colégio Cristo Rei em Vila Mariana, só para meninas (penso que minha mãe achou que eu estava muito masculinizada
por só andar com garotos) e, em 1971, lembro-me bem conheci a Evelyn, a Cecilinha, o Edi, a Laís, o Eduardo, o Beto (Carlos Alberto Coimbra)  e reencontrei
o Altivo, que havia sido apelidado de "Vivo". E foi na casa do Vivo que fui ao meu primeiro baile!!! Quanta emoção!! Fui com a Evelyn, de roupa nova, saia/short
amarela, blusa listrada de preto e amarelo e sapato anabela preto de saltinho. Achei que estava linda!! Lembro-me do baile, mas não consigo recordar com
quem dancei. Acho que foi muita emoção!!! O que me recordo é que naquela época eu gostava do Edi, a Evelyn do Beto e a Cecilinha do Eduardo. Amor aos 10/11
anos,mas nada de namoro!!!
        Ah! Foi nesse ano também que conheci a Yarinha, a Maria Sílvia (Pi) e as irmãs Leda e Sylvia, que tinham uma espécie de Clube da Luluzinha. Era
muito legal o clube na casa da Leda e Sylvia.
        No final de 1971 eu e minha família mudamos para o Rio de Janeiro, onde morei por um ano e comecei a me soltar,  ir à praia e viajar com amigas
e amigos, muitos bailes, enfim, foi quando comecei minha adolescência, como também foi uma época inesquecível para mim. Lá convivia todos os dias com a
Lúcia e a Jacira e aprontávamos muito. A Lúcia casou-se com um argentino e hoje mora em Tucumã. A Jacira continua morando em Ipanema e somos muito amigas
até hoje, ainda mais agora com o facebook!!!
        Em 1973 voltei para São Paulo, mas como nossa casa da Rua Inhambú estava alugada, fomos morar na Rua Pavão, bem em frente à casa do Marco, hoje
apelidado de Touché, por quem também fui apaixonada, mas não correspondida como sempre.

        Os próximos capítulos vou mandando, conforme a inspiração.

Escrito por Mariângela Miller Porto

Um comentário:

  1. Maria Silvia Corrêa kairalla3/06/2011 1:35 PM

    Nossa quantas coisas, nem sabia desses amores antigos hahahahaah
    Como é bom relembrar, adoro ler td isso.
    Faz a gente se sentir até mais nova.....
    bjos a tds

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