terça-feira, 22 de fevereiro de 2011


Imagine, sonhe.
As ruas de Indianópolis, hoje Moema, na sua grande maioria eram de terra. Planas, bem conservadas.  Com exceção da rua que acompanhava a linha do bonde (Av. Ibirapuera) que era muito ruim. Moema naquela época era só a região da Pça. Nsa. Aparecida e adjacências.
Moravámos em casas. Edificios? Só havia um nas redondezas na Rua Inhambú com 8 andares,
no quarteirão da R. Pavão com Cotovia. Eu que nascí na Pavão 451, até a pouco tempo havia uma livraria Nobel na casa, que resistiu o assédio das construtoras, conhecia tudo por lá.
Eu, meu irmão, a molecada da R. Canário e da Família Hirata formavamos um grupo muito unido, principalmente no futebol que jogavamos nos campinhos dos inúmeros terrenos baldios que haviam na região. Para os lados da Av. Santo Amaro me lembro de uma corrida de bicicleta que acontecia no dia 9 de julho e que tinha esse mesmo nome. Os ciclistas vinham lá de Santo Amaro até o Vale do Anhangabaú. Assistimos várias. Isso tudo que estou relatando
é do final da década de 50. Para os lados da Av. Ibirapuera havia a linha do bonde. A molecada
nadava num poção que havia na esquina da Av. Indianópolis com Ibirapuera e o trampolim era justamente os trilhos. Dalí olhando para os lados da Vila Mariana era um imenso capinzal . Hoje vemos o Parque das Bicicletas e o Centro Esportivo do Ibirapuera. Onde hoje é o Shopping, havia uma grande fábrica abandonada (diziam que era das Linhas Indiana) e atrás tinha um campo de futebol onde jogava aos sábados o time da Real Aerolineas Nacional.
Não havia supermercado. Aquí na Pavão todo mundo comprava no empório do Sr. Madeira,
a maioria com caderneta para pagar no final do mês e no acougue do Sr. Adérito. Muias vezes cruzamos a Av. dos eucaliptos e iamos brincar no Parque Novo Mundo. Uma grande area,
quase rural que existia nas margens do corrego da Traição. Levavamos estilingues mas nunca
acertamos nenhum pássaro. Éramos ruins de pontaria (ainda bem). Aí brincavamos de mocinhos e bandidos. Adoravamos passar pela casa do Arrelia. Muitas vezes o vimos por lá. Uma vez ele estava  no quintal e eu começei muito timidamente a cantar o “Como vai, como vai, como vai, como vai, como vai vai vai. Voce vai bem eu vou também....” Ele deu um sorriso e acenou para nós. Naquele dia nos sentimos os moleques mais importantes de São Paulo. Naquele tempo o Canal 7 trazia atrações internacionais para cantar no estudio da Av. Miruna.  Ficavamos orgulhosos  em pensar que estavamos tão perto de Brenda Lee que encantava o mundo na época com I’m  sorry e com o Jambalaia.
Sarita Montiel com La violetera e tantos outros astros e estrelas. A noticia mais triste daquela época foi o incendio do Gran Circus Norte Americano. Muita gente morreu. Nós estavamos combinando de ir com toda molecada num final de semana assiitir o espetáculo.
Como éramos felizes. Bons tempos, velhos dias.
Imagine. Sonhe.

Eescrito por : José Eduardo Soares de Castro

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