quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Moema e recordações



Fui morar em Moema com dois anos de idade, em 1955.

A casa em que morei ficava na Alameda Iraé, 200 (a numeração hoje em dia não é a mesma...). Era quase

esquina da Avenida Chibarás. O calçamento de paralelepípedo. Na foto estou trepado no portão ao lado de

minha mãe e meus irmãos, em foto de agosto de 1957.

 Conforme lembranças de criança, ali na casa ao lado (a

                   casa de esquina) havia sido cometido um crime
                                                                                                                     
bárbaro. Os pais saíram de casa deixando um bebê com
                                                                                                                     
Minha mãe , meus irmãos e eu  no portão de casa em 1957

a empregada. Ao voltarem, a empregada havia ficado
                                                                               
louca e preparado a criança assada. Os pais colocaram

a casa à venda, mas não conseguiram vender, então

dividiram o grande terreno em três. Construíram duas

casas novas que foram vendidas, e a casa original

demorou ainda a ser vendida, mas foi vendida por uma

ninharia, já que ninguém queria morar lá. Era uma família bastante grande que morava lá. Os pais, filhos

casados e netos. As festas juninas que faziam eram ótimas. Todo ano na festa de São João íamos lá e

ganhávamos caixa de biriba e bombinha daquelas fininhas, eu me divertia fazendo “bateria”, acendendo uma

porção de uma só vez. Também às vezes tinha fósforos de cor. Lembro uma vez que fiquei muito contente,

pois ganhei uma caixa de fósforos que queimavam com cor verde. Não era uma cor comum...

Meu pai alugou uma das casas, a da esquina de um lado e do outro lado morava a Glória, eu era muito

pequeno e não lembro nomes dos outros membros da família.

Na época, Moema era bem pequena, pelo menos era o que me diziam e eu não tinha como negar. Era limitado

pelas ruas: Avenida Ibirapuera, Avenida Indianópolis, Alameda dos Maracatins e Avenida Jandira.

Moema cresceu muito na década de 70, pois havia um sensor de poluição da CETESB por ali e era uma das

poucas regiões de São Paulo onde a poluição do ar era baixa. Com isso todos os lançamentos imobiliários

começaram a dizer que ficavam em Moema, e a pequena Moema se transformou na grande Moema que se vê

hoje.

Por falar em prédios, o único prédio que lembro existir no bairro naquela época era o prédio que fica na

esquina da Alameda dos Maracatins e a Avenida Moema. Ainda hoje por lá. Fui olhar pelo Google Street View,

e verifiquei que o meu arranha-céu tinha apenas sete andares. Como era diferente na minha visão de criança.

Mas voltando à Alameda Iraé, em frente de casa existia um terreno baldio, e ali se jogava muito lixo, não sei de

onde vinha, mas o que eu mais gostava é quando jogavam celuloide colorida. Um tipo de plástico. Eu recortava

e fazia mil e uma com aquele material, mas o que eu gostava mesmo era colocar fogo. As chamas eram fortes

e o material queimava muito rápido. Eu era (e ainda sou ...) um pouco piromaníaco... Acho lindo ver uma boa

fogueira.

Na esquina oposta à minha morava um veterinário, Dr Coelho, não tinha contato com ele, apenas com o filho

e brincamos muitas vezes na rua juntos. Uma vez ele me mostrou um animal que tinha em casa. Ele dizia que

era cruzamento de coelho e gato, eu acho que era um gato mesmo, mas tinha o quadril e pernas traseiras mais

parecidas com um coelho. Como poderia ser chamado? Galho ou Coeto????


                                                                    Ruy Ernesto N. Schwantes                        


















































6 comentários:

  1. Como é bom ler as histórias daqui do blog
    gosto muito

    Anisio

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  2. Pensar que essas casas todas já não mais existem, agora só prédios gigantes
    Maria Eugenia

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  3. Prezado Ruy, se morou na Iraé, deve ter conhecido bem a minha querida EEPG Cesar Martinez, onde lecionei durante 10 anos. Gostei demais do seu relato. Obrigada marcia, por reavivar a cada dia nossa memória com boas lembranças. Abraço.

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    1. Olá Lídia

      Eu estudei no Grupo escolar Cesar Martinez em 1963, fazendo o 5º ano primário (admissão), Tenho algumas recordações da escola que vou compartilhar. Em um outro texto que já enviei para a Márcia, falo um pouco das lembranças que tenho da escola.

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  4. Esse prédio da Avenida Moema continua firme e forte. Tive dois amigos que moravam lá.

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  5. Morei na vila da Iraé, que tinha numero antigo 285..Esta ainda existe, mas está bem fechada. estudei no Cesar e isso foi de 1978 a 1988.

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