segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Ginkana Kibon

Tempo bom quando tinha a tão esperada ginkana Kibon..O ponto de encontro era na minha casa ficava aquele mundaréu de bicicletas, meninos e meninas todos bem animados e prontos para a danada c orrida em busca do que era pedido. Pronto, começou..Pediram um anão , gente onde vamos conseguir ?Vocês acreditam que conseguimos? Agora uma peça de trem, puxa vida como eu, o Didel e o Mariozinho andamos ,é aqui, naõ e pra la e voltamos com a danada peça.E  uma foto do golias,uma moeda de prata e nem sei mais quantas coisas foram pedidas.Na hora do almoço corriamos pra minha casa e la toda alegre e disposta minha mãe aparecia com aquelaaaa macarronada deliciosaaa, e todo mundo devorava com um apetite daqueles , com alegria e sempre agradecendo a baixinha Tininha.La corriamos de novo, nossa equipe se chamada equipe pi, tinha a Fê,minha irmã, o Vivo meu irmão, e Herve´Junior. o Didel, Mariozinho e outros  tantos.Assim passavamos o dia na esperança de ganhar..e não é que ganhamos uma viagem para Buenos Aires e  da outra vez uma bela bicicleta.Fui entrevistada na Record e no microfone disse em voz trêmula que estavamos super felizes e que agradecia principalmente a mamãe pelo carinho.O Vivo e o Junior foram para Buenos e se encantaram e se diveriram muito.E nós curtindo a bela vitoria e ja contando os dias para a proxima.Que saudades..Pena que acabou.
texto enviado por: Marta Ovando Obara

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Encerrando  as comemorações do DIA DOS PAIS aqui no blog quero agradecer a todos os escrevedores que enviaram  seus textos impecáveis,comoventes,engraçados,especiais , a todos que participaram enviando fotos antigas, recentes que  de uma ou outra forma sempre emocionam!
Para minha alegria o blog teve só nesse período das homenagens: 1600 visitas! êba!!!!!
Escolhi para encerrar as homenagens o texto belíssimo do escrevedor Wilson Natale .




                                                    QUE  FALTA VOCÊ   FAZ!          
                                                                         
Meu pai Altivo Ovando e eu ,em 1998
                                                                            


FELIZ DIA DOS PAIS

Todo ano é assim.

Chega março e o sentimento de orfandade torna-se intenso. Nem vovô, nem papai estão mais aqui para a comemoração. Não há mais jantares especiais e nem o grande momento de entregar-lhes os presentes.

E o jantar especial consistia em comer o que eles mais gostavam: frango com polenta e, para beber, uma garrafa de vinho.

Foram tantos os presentes. Mas os mais marcantes foram duas extravagâncias: Nós - os netos - nos cotizamos e compramos para o vovô uma "pippa" (cachimbo) novinha em folha, feita em pau-rosa e com ponteira de madrepérola. E a vez em que eu e meu irmão economizamos o dinheiro das nossas mesadas e demos ao meu pai uma cigarreira de prata... (Soubemos depois que era banhada a prata.)

Todo ano é assim.

Chega março e o que restou são velhas recordações cristalizadas no tempo e que eu passo e repasso, numa tentativa de reter, por um minuto que seja, a sensação agradável daqueles dias de convivência...

Embora eu saiba, e agradeço sempre por toda a batalha que "nonno e babbo" lutaram para que eu tivesse uma vida boa e estudos, eu me atenho às lembranças da simplicidade dos atos e gestos de amor que tiveram para comigo. E são pequenas coisas as que mais marcam. Atos banais ou corriqueiros podem fazer-nos amar ou odiar. Simples atitudes que podem modificar uma vida inteira, para o melhor ou o pior. Eu sempre tive amor.

As primeiras lembranças que tenho do meu avô é estar no seu colo, sendo embalado por "ninnananna" (canções de ninar) antigas, as mesmas com que ele embalou todos os filhos. Lembro do seu riso franco aplaudindo as minhas "gracinhas"... E lembro com uma ternura imensa que, quando voltando à consciência entre as febres provocadas pelo sarampo ou a caxumba, eu via o "nonno", aquele homem forte e duro, ajoelhado humildemente aos pés da imagem da Madona, que ficava no meu criado-mudo, rezando por mim. Ao olhar para ele naqueles momentos de febre e delírio, um sentimento estranho, para mim inexplicável até hoje, dava-me uma paz inenarrável.

Ele ficava ali, junto ao meu leito, como ficara (a "nonna" contou mais tarde, com lágrimas nos olhos.) junto aos filhos gêmeos que morreram de difteria, na Itália. Ficava ali, como ficara junto a cada filho doente. Saía do meu lado para ir ao trabalho. Voltava do trabalho para ficar ao meu lado...

Lembro que, quando a medicação e a natureza seguiam o seu curso e eu melhorava, os olhos de vovô brilhavam de alegria e ele voltava a ajoelhar-se em frente a Madona e agradecer...

Lembro também de ficar ouvindo até adormecer as histórias da mitologia greco-romana que o "nonno" contava.

E meu pai fez de tudo por mim. Privou-se de tanta coisa para que não me faltasse nada. Reconheço e agradeço. Mas o que ficou do "babbo" e que foi, é, e será sempre de importância vital para mim, resume-se também a pequenos atos e cuidados e de amor.

Ele tinha uma paciência infinita quando cortava as unhas das minhas mãos e pés. Cortava uma a uma recitando: "Este é seu mindinho, que vai ficar bonitinho"... "Este é o pai de todos"... Quando chegava às unhas dos pés, brincava, tapando o nariz, dizendo que eu tinha chulé, fazia cócegas na sola do meu pé fazendo-me gargalhar.

Para distrair-me, roubava os panos de prato da cozinha e fazia com eles coelhinhos e cachorros com enormes orelhas e imitava vozes, qual um teatrinho de marionetes. Inventava histórias e situações divertidíssimas com aqueles "bonecos" improvisados. Puro encantamento!

E a alma de pai e de artista se manifestava quando ele cuidadosamente riscava o modelo do meu pé, ou "provava" o sapato inacabado que ele estava fazendo para mim; testava o solado e o tipo de couro para que não machucassem. Das mãos de papai saíram sapatos de amarrar, mocassins e sandálias que eu fazia questão de "desfilar" pela rua a dizer com orgulho: "Li ho fatto il mio babbo!" (Foi meu pai quem os fez!).

E papai foi o responsável por minhas primeiras aventuras fora de casa, da rua e do quarteirão. Todo o sábado pela manhã, meu pai colocava-me na traseira de sua bicicleta e levava-me até os descampados, atrás da caixa d'água, onde havia campinhos de futebol de várzea e os canos do DAE (atual SABESP). Lá, como ele costumava dizer, "soltava o seu cavalo (eu) no pasto". Eu e ele voltávamos para casa, sujos de terra e queimados pelo sol...

E me encanta relembrar que eles faziam de tudo para serem amados. Ao contrário de tantos pais que primavam em serem respeitados. Pela sabedoria do vovô e papai aprendi a amá-los, e com o amor nasceu o respeito verdadeiro e profundo.

Todo ano é assim.

Chega o mês me março e a proximidade do Dia dos Pais deixa-me sensível e nostálgico.

Como assim!? Dia dos Pais em março???

Em março, sim! Precisamente no dia 19, "giorno di San Giuseppe"! (Dia de São José).

Homenagear os pais era uma tradição dos imigrantes italianos, espanhóis e portugueses. Comemorava-se no dia que era dedicado ao pai de Jesus. No Brasil, até 1953, não havia dia comemorativo dos pais. (*) E a tradição ainda era mais forte que a imposição.

Voltando à narrativa, março deixa-me sensível e nostálgico. Mas sem o sentimento de perda. Pois só se perde o que não se teve. E eu tive muito. E por muitos anos essas duas figuras paternas, que me ensinaram sobre ter consciência dos próprios atos e sobre o discernimento, estiveram junto a mim. E nas loucuras do correr da minha vida, não me arrependo do que fiz e nem do que não fiz. A confiança que eles tinham em mim, e o amor e respeito que eu tinha por eles, transformaram-se no "fiel da balança" a equilibrar as minhas atitudes. E, para mim, sempre foi muito importante a opinião deles, o que pensariam de mim. Nunca deixei de fazer nada por temor e sim por amor. E os queria felizes. Quem sai aos seus, pode cometer deslizes pela vida, mas não degenera...

Chega março e eu espero pelo dia 19. Nesse dia, com certeza, como todo o mês de março, na solidão da minha casa prepararei os paramentos para a celebração. A mesa será posta, o frango com polenta será encomendado à cantina e também a garrafa do Bolla - Valpolicella. Então, irei sentar-me, encherei uma taça com o vermelho sangue do vinho e, como fosse uma missa herética, erguerei a taça "benzendo" o espaço: Em nome do vovô (Pai), do "babbo" (Filho) e eu (eu mesmo, com pretensões a Espírito Santo). Tomarei um gole do vinho e "atacarei" a estranha hóstia feita de fubá de milho e "penosa"...

"Un felice San Giuseppe a tutti i padri!"

(*) _ O "Dia dos Pais" foi instituído no dia 14 de agosto de 1953, dia de São Joaquim - o patriarca da família. Hoje em dia é comemorado no 2º domingo do mês de agosto.
 
 
texto enviado por: Wilson Natale


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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

...papai Roberto Porto

  Eu e o meu marido Roberto sempre soubemos que minha gravidez seria de risco e talvez por isso ele tomava todos os cuidados possíveis para que eu não engravidasse, mas eu engravidei e isso foi muito bom, realmente maravilhoso!!!
    Quando o Thiago nasceu, depois de quase 10 anos de casamento, nós ganhamos vida nova. Acho que ter um filho nos torna pessoas melhores!!
    Lembro-me que o Roberto saía mais cedo do escritório para ficar com o Thiago no colo durante as crises de cólica, que aconteciam sempre nos finais de tarde. Ficava umas três horas andando com ele pelo apartamento e alisando sua barriguinha e quando a cólica passava, aí ficava andando mais um pouquinho com o filho no colo para que ele mamasse.
    O Roberto é uma pessoa maravilhosa, que nasceu para ter uma família e graças a Deus nós tivemos o Thiago.
    Desde que ele nasceu, nos dedicamos a ele de corpo e alma, o levamos sempre em lugares em que ele pudesse se divertir e brincar e o Roberto nunca admitiu viajar sem levar o filho. Isto aconteceu apenas neste ano quando eu e o Roberto fomos para Las Vegas e o Thiago foi fazer intercâmbio em Los Angeles. Claro que ele escolheu Las Vegas porque estaria mais próximo do filho e qualquer problema ele sairia correndo feito um louco para acudir seu "filhocão",rsrsrs. Não posso deixar de citar os aparelhos de Nextel que o Roberto alugou e, é claro, ele ligava direto para o Thiago.
    Na verdade só tenho a agradecer pelo marido e filho maravilhosos que tenho e o Thiago pode ter certeza que ele tem o melhor "pai do mundo", o "galinha gorda", o Thiago em baixo de uma asa e eu da outra!!!!!
    Roberto, nós te amamos muuuiiiiiiittttototototo!!!!!

    Thiago e Mariângela

Roberto com o seu filho Thiago e com o seu pai Custódio Porto,em Itapetininga,1995


Roberto e Thiago, Itapetininga,1995
                                                                                                             
                                                                               
Roberto e Thiago
Mariângela,Thiago e Roberto,aniversário do Roberto,em04/06/1998

Roberto e Thiago, em 2001

Bodas de Prata,em 21/08/2010

aniversário do Roberto                                                                                  em 04/06/2010

aniversário Mariângela em 13/07/2010


Roberto e Thiago ,04/2011

texto e fotos enviados por: Mariângela Miller Porto






                                                                  

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Meu pai Edmundo Rodrigues Alves

meu pai Edmundo Rodrigues Alves aos 18 anos


minha mãe Maria Lúcia,eu,minha irmã Maria Lúcia e  meu pai Edmundo



meu pai ,eu e minha irmã Maria Lúcia


meu pai com os netos Alexandre e Carolina


meu pai com os netos Edmundo e Rafael

fotos enviadas por: Maria Eliza Alves Rezende Rezende




segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Meu Pai não era fácil

Meu pai não gostava de mim, e eu muito menos dele.
Da parte dele foi uma bronca pelo fato de minha mãe morrer do meu parto. Por causa disso apenhei até aos 17 anos. Para apanhar não precisava fazer nada de mais, apanhava por pouca coisa. Até então eu não entendia, mas La por perto dos 11 anos percebi o motivo. Numa de suas broncas ele disse: Em vês dela, devia morrer você filho da puta! Minha mãe de criação (ele casou depois de 6 meses) por diversas vezes tentou me defender, mas sofria o perigo de apanhar também. Depois que fiquei sabendo que ela era minha mãe de criação, ficou ressabiada por não ser minha mãe biológica, mas aos poucos percebeu que eu era um relapso, e não levava a coisas mais a frente. Para mim ela era minha mãe e pronto. Isso ela ficou sabendo mais tarde quando uma mulher perguntou: Como vai sua madrasta? A resposta foi forte. Madrasta é a puta que pariu! Coitada da mulher pelo jeito nunca mais na vida chamou alguém de madrasta.
Via os meus amigos se dar bem com seus pais e, eu tinha a maior inveja por não ter a mesma chance. Esse ranço vinha da parte dele, e eu deixava o barco correr. Apanhava por nada, qualquer coisinha era motivo para boas bordoadas em qualquer parte do corpo. Tapa na nuca foi muitos que eu batia a boca na mesa e abalava os dentes da frente que ficavam moles uns dois ou três dias e depois voltava ao normal.
Adorava ouvir o jogo pelo radio, nas ultimas rodadas do ano de 1950, o Palmeiras ficou com um ponto de vantagem com direito a ser campeão pelo empate. Justo naquele domingo minha mãe cismou de ir ao cinema e eu não pude ouvir justo o melhor jogo, o ultimo do campeonato. Na verdade nem sei que filme estava passando, meu pensamento estava no Pacaembu. Ficava pensando: Quem será que ta ganhando? Fui ao banheiro e la tinha um são-paulino satisfeito dizendo que estava um a zero gol de Teixeirinha, e o juiz tinha anulado outro.
Quando sai do cinema ainda com aquele 1 x 0 para o São Paulo, na cabeça, mas quando chegamos a Rua do Porto, dona Laura estava na Rua me esperando, sabendo que eu era fanático pelo Palmeiras veio me abraçar dizendo que o meu time era campeão.
Quando cheguei a casa meu pai que tinha visto a cena falou: Ta contente? E uma bofetada de mão em concha no meio da minha cara fez sair sangue do nariz, ai fui ao tanque tentar estancar o vermelhinho, Aproveitava para ouvir o Narciso Vernizzi, no programa Palhinha filmando a Rodada que mostra a gravação da transmissão do Pedro Luiz, o sangue já estava no fim e eu fingi que tinha mais, só para ouvir o Narciso. Até que foi uma boa  bordoaba aquela, pois assim pude ficar a par do que tinha acontecido no Pacaembu.
Meus piores dias eram os sábados e domingos, quando meu pai estava em casa. Ai, eu não podia ir a Rua jogar bola e ainda tinha que estudar. Tanto a noite e nos fins de semana. Às vezes ia até as 22 horas. Um dia ele foi dormir e esse idiota continuou lendo para as moscas ouvir. Minha mãe levantou e disse: O que esta fazendo ai menino, vai dormir!
Pra ver que tipo de pai que eu tinha, que para ele estudar era ler o livro da escola. Ler em voz alta. Fala verdade, meu pai não era um Burro?  Quando chegava o meio do ano, eu já sabia o livro de cor e salteado. Dai para frente eu fazia um jogo de futebol. Palmeiras x Corinthians.
As primeiras letras maiúsculas com a letra C, era gol do Corinthians e P, gol do Palmeiras. Eram os anos 1950 e até  no livro o Corinthians ganhava.
Só parei de ler o livro a noite quando mudamos para o Brooklin e não tinha energia elétrica, foi durante abril de 1951 até maio de 1953, ai eu já tinha saído da escola.
 Quando mudamos para o Brooklin tinha um córrego bem à frente de casa. Meu pai chamou eu, e meu irmão e disse: Não quero nenhum de vocês brincando no córrego. Foi a mesma coisa a que dizer pra mim. Vai lá Brinque a vontade.
No dia 26 de Abril daquele mesmo ano de 1951, 25 dias depois de morar la fui à venda pra minha mãe, mas como tinha uns guarus à beira da água lá foi eu pegar. O barranco desabou e lá fui eu barranco a baixo. Desloquei o ombro e quebrei o braço. Eu que já apanhava por nada, imagine o que não aconteceu ai: La mesmo no leito do hospital São Luiz, levei uns sopapos, mesmo ainda não tendo sido atendido. Com o braço esquerdo uns 10 centímetros maior do que o outro.
Pelo fato de ter deslocado o ombro não podia gessar. Tinha que ficar com um aparelho, com o braço e frente e o braço virado a esquerda, formando um, L. Fiquei com aquele aparelho mais de dois meses. Me, lembro que alem do serviço de colocar o ombro no lugar e imobilizar o braço. O Hospital São Luiz cobrou 120 cruzeiros do aluguel do aparelho. Do quarto ouvi e vi o banzé que meu pai formou alem de gritar, falou todo tipo de palavrão. Deu certo a, explosão dele. Só sei que se eles não deixaram de graça diminuíram bem o preço. Fiquei todo aquele tempo sem ir à escola. Quando voltei em Julho o diretor da escola disse que eu tinha que voltar para o segundo anos por causa dos meses que fiquei sem ir a escola. Meu pai com certeza teve outra atuação daquelas. Pelo jeito deve ter falado um monte de palavrão e ate ameaçado meter a mão na cara de todos.  Só sei que continuei no terceiro ano e ainda passei para o quarto e ultimo anos.
O tempo passava e, eu  continuei a apanhar, e eu não tinha reação alguma, nem chorava, já estava acostumado. Meu apelido na Rua era “Armazém de pancadas”. Dona Laura  aquela que me abraçou dizendo que o Palmeiras tinha sido campeão, não perdia tempo. Um belo dia conversando com dona Elvira, no portão (coisa corriqueira)  num domingo e, aproveitando a propaganda do Toddy.”  Já tomou seu Toddy hoje?”  Perguntou: “Mário, Já apanhou hoje? “.
 Quando cheguei aos 17 anos apanhei pela ultima vez. Por motivo algum, levei um, tapa na cara, ai foi muita humilhação. Pela primeira vez mostrei uma forte reação, levantei uma cadeira e, ia dar na cabeça dele. Sua reação foi de espanto. Ele que estava com um litro de leite na mão para mandar na minha cabeça disse: Ah quer dizer que já é homem? Daí pra frente ele ficou esperto. Nunca mais se atreveu a querer me bater. Em 1962 ele morreu, confesso que não senti muito a sua morte. Que coisa estranha não?


texto enviado por: Mario Lopomo

domingo, 21 de agosto de 2011

Sábado na Nhambiquaras com meu pai...




Normalmente era aos sábados, a vizinhança da Nhambiquaras se movimentava ,meu pai acordava já ligado no 220w colocava o HI Fi no último volume e normalmente o som do Glenn Miller soava nos corredores dos vizinhos ,o cheiro suave do café chegava até minha cama então querendo ou não eu tinha que me levantar,meu pai cuidava dos passarinhos ,tinha muitos deles ,depois para a felicidade de todo mundo ia limpar o galinheiro, “Ronnie Von” ,”Vanderlea”,”Roberto Carlos", todos espertos para sair e siscar soltos no quintal,também tinha o Rex um vira lata que meu pai insistia em dizer que era pastor alemão capa preta e quando meu pai soltava as galinhas e galos cantores o Rex saía correndo atraz delas e meu pai atraz dele gritando : “Solta Rex ,Solta...”O dia começava agitado na Nhambiquaras 1308...
Quando chegava 11:00 mais ou menos o “SEU" Castanheira ,nosso vizinho do lado direito passava uma tábua do muro dele para o nosso e subia em uma escada (o muro dele era mais alto q o o muro de casa ) ,daí passava por ela os copinhos de rabo de galo azeitonas e tremoços, a conversa ia longe muita risada e muitos copinhos depois o baile da noite já estava combinado.
Aproveitando a deixa da conversa dos dois eu saía e ia jogar taco na rua muitas vezes só com os moleques outras a Sônia ou a Bete entravam na turma , depois de muitos pontos perdidos íamos comprar balas no barzinho de garagem na Jurucê entre a nossa rua e a Maracatins, às vezes encontravámos com a Dna Joaninha ,que morava na esquina da Jurecê, minha professora do primário do Tabajara ,como era chamado nos anos 60 outras ,ficavamos de "butuca” na casa vizinha a da Dna Joaninha onde se dizia que moravam uns estrangeiros que gostavam de andar pelados,lógicamente com portões e muros altos não víamos nada mas isso não impedia de nós nos espreitássemos pelas fechaduras e rachaduras para tentar dar uma espiadinha... Às rizadas voltavámos para casa como se tivéssemos feito um grande feito,mesmo sem ver absolutamente nada era como se tívessemos!!
As tardes eram menos agitadas ,depois de tantos rabos de galo e conversa jogada fora meu pai cochilava no sofá ,minha mãe vivia às voltas com a costura e eu se não estivesse infernizando a vida de um papagaio esperto que tínhamos chamado Seu Green,ou ajudando a Dna Tereza ,mãe da Sonia a desvirar as bolsinhas de plásticos que ela costuma costurar à toneladas,estava na “tia” Cecilia carinhosamente chamada por todos ,dizendo ajudar ela a fazer o mais deliciosos pãezinhos de maça que eu já comi na minha vida!!!!Saia sempre com as mãos em conchinha carregada deles quentinho hummmm...
Quando meu pai acordava já estava ligado de novo no 220w ,lavava o banheiro a cozinha o quintal e tudo que pudesse jogar água ,eu me divertia com isso ...era como sábado na piscina ,eu só ouvia minha mãe gritando : “Tinôco olha essas meninas ensopadas!!!!!” Não tinha jeito ninguém prestava atenção …
Depois do jornal da rede tupi “Reporter Esso” , que meu pai assistia com muita atenção na nossa tv Standard Carlson , (com plástico colorido degradee na frente para imaginar côr ),ele começava a se agitar para o baile .Seu Castanheira o chamava e no salão nos fundos da casa dele ele ligava a vitrola meu pai trazia os Lps com as grandes orquestra numa sequência de mambos,rumbas,cha cha cha e tangos e entre elas alguns artístas que se abriam para o meu mundo como Roberto Carlos ,Golden Boys etc.
Normalmente eu dançava orgulhosamente com ele e muitas vezes sentava admirando todos os casais dançando rindo bebendo se divertindo em família pais filhos e netos . Muitas vezes ao som do Glen Muller meus olhos quase se fechavam as luzes e o som formavam pingos de luz coloridas rodopiando,dançando no ar eu sentia ser içada ... ,fechava os olhos e então os abria ... manhã de domingo ; êba é dia de Ginkana Kibon na Record!!!!!!!!

texto enviado por: Iara Schaeffer

sábado, 20 de agosto de 2011

Quarenta e um anos

Meu pai deixara este mundo. Quarenta e um anos, enfarte fulminante.
Elias, alto, corpulento, um charuto após o outro.
Nascido em Mariopol, Ucrânia, viera para o Brasil com os pais e o
irmão fugindo da Revolução Comunista,
recém instalada. Vieram de navio, naqueles tempos difíceis.
 
No Novo Mundo, estudou muito e formou-se em Engenharia Agronômica, na
Luís de Queiroz, de Piracicaba.
Lá conheceu minha mãe, Lucilla Camargo Simões.
Na profissão, continuaria viajando: era transferido de cidade de
tempos em tempos, para administrar diferentes sítios.
Bastos, Bauru, Pindamonhangaba, Tietê...nem imagino hoje como poderia
ser tal vida de mudanças.
Teríamos de ter poucos móveis e haveres. Amigo de infância, para mim
nenhum. Não esquentávamos lugar.
 
Meu pai era pessoa muito calada. Prefiria que as ações falassem por si.
Como sempre retornávamos a Campinas, sede do Instituto Agronômico e do
Serviço de Sericicultura,
sua especialidade, minhas principais lembranças da infância e
juventude são de lá.
Sempre nos dava presentes, e tivemos muitos brinquedos. Nas férias
escolares, íamos para a Praia do Gonzaga, em Santos.
 
Foi certamente num julho, o céu todo carregado de balões, que caiu um,
em frente à pensão.
Como era bem alto, conseguiu apanhá-lo antes da molecada. Tentamos
acendê-lo novamente, mas sua vida útil
estava esgotada, e assim o único balão que tentei soltar na vida não subiu.
Também de Santos, minhas primeiras lembranças de bar. Sob a marquise
do Hotel Atlântico, meu pai tomava
seus chopes nas mesinhas da calçada, enquanto acompanhávamos, no céu
escuro, míriades de balões rumando para ao mar.
Em frente, a fonte luminosa mudava de cores e de intensidade das suas
àguas dançantes.
 
Por isto, sempre tive uma ligação nostálgica com bares de calçada,
certo fascínio, como se todos fossem badalados
cafés de Paris, que conheceria muitos anos depois. Um certo pendor
para a boemia, impossível de ser bem realizado
na São Paulo como a conhecemos hoje.
Sempre declarou-se um livre pensador, e embora minha mãe fosse, por
tradição familiar, católica fervorosa,
nunca quis influenciar nossa educação religiosa. Era portanto, muito
flexível e tolerante, ainda mais para um estrangeiro.
Queria que os filhos escolhessem seus próprios caminhos, e assim foi
feito. Como ele, hoje sou também um livre pensador.
Essas foram algumas coisas que puxei dele, além do hábito da leitura.
 
Ele lia constantemente, e assim conheci a Coleção Terra, Mar e Ar, a
Coleção Amarela e muita coisa mais,
pois adorava romances policiais e de aventuras. Costumava, às vezes,
ler para mim e Ivan, meu irmão.
Como no caso dos Três Mosqueteiros, de Dumas.
Fazia-o por prazer nisto, pois desde os seis anos eu já lia perfeitamente.
Também o amor pelo cinema, e desde tenra idade tornei-me um cinéfilo.
Como, ao assistir a pavorosa transformação da Rainha Má em bruxa, em
Branca de Neve, quase tive uma convulsão,
minha mãe tinha feito a promessa de não mais ir ao cine, se eu sarasse.
Exagêros religiosos...mas assim, depois quem nos levava às matinês de
domingo era meu pai.
 
Depois da sessão, parada com direito a empadinhas de palmito e
refrigerantes no Bar Ideal, bem no centro
de Campinas... essas foram boas coisas, que me marcaram para sempre.
E outras, para mim não tão boas, como seu hábito do fumo, que lhe
seria fatal, e o jogo.
O bom Elias era mestre em carteado, principalmente pôquer; sinuca,
xadrês, atividades que lhe tomavam muito tempo
no Clube de Cultura Artística. Às vezes, noites inteiras, e muito
dinheiro...hoje, nem posso ouvir falar em jogo,
sequer Mico Preto e Dominó.
Racionalizo isto como perda de tempo, mas creio que as causas são bem outras.
 
Foi-se muito cedo, e sequer tivemos tempo para um diálogo mais
profundo e adulto.
E fica-se assim, tentando reencontrar o pai num parente mais velho, ou
num médico, ou qualquer pessoa que
demonstre segurança e autoridade. Até que descobrimos que esta pessoa
reside em nós mesmos,
e aí estamos prontos para a árdua tarefa de ser pai também.
E para o ciclo recomeçar...

meu pai Elias,minha mãe Lucilla, eu e meu irmão Ivan
Praia do Gonzaga, em junho de 1942
                                                                         
texto e foto enviados por: Luiz Saidenberg

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Meu pai, meu herói



Qual pai não é tratado assim, um pai é o começo e a concretização de uma vida, de uma esperança de uma educação e de um encaminhamento positivo na vida do filho, assim classifico meu pai.
Meu pai desde seu nascimento, na primeira guerra mundial, passando pela luta na segunda guerra mundial, passando por tudo que se possa imaginar, praticamente um apátrida, por morar em tantos lugares, apesar de nascer na Polônia e quase não conhecer sua terra, pois  foi jogado pelo mundo, ora por uma guerra, ora por outra guerra, ora por uma necessidade de mudar de país, de Estado  de Município e até principalmente de bairro até encontrar seu porto seguro, seu oásis que foi em São Paulo.

Assim foi a trajetória de meu pai, até que um dia do mês de junho de 1950, conseguiu fixar se num bairro distante do centro da cidade de São Paulo, chamado fundão da Zona Sul, chamado Vila das Belezas, onde foi um dos primeiros a construir uma casa no meio do mato e viver ali até os anos de 2007, quando faleceu com 89 anos, ele viu o bairro crescer e cresceu junto.

Seu Penúltimo bairro foi o Brooklin, onde nasci e com um ano viemos para cá quando a casa ficou pronta e aqui que tudo aconteceu, foi ele que me carregou no colo e levava para os amigos ver, ensinou me os primeiros passos, foi ele que me deu a primeiro triciclo com o qual percorria as ruas de terra batida de nosso bairro, foi ele que me deu a primeira bola de borracha imitando a de capotão para eu ir brincar nas peladas das ruas e dos terrenos baldios do nosso bairro, foi ele quem me dava os carrinhos de lata , foi ele que me ensinou a montar as primeiras arvores natal natural, foi ele que me deu as primeiras broncas e tapas no traseiro que pode ter me corrigido de possíveis desvio social na vida, atitude hoje proibida pela lei.

Quando ingressei na escola primaria da Escola Estadual Renato Braga em 1957, foi ele quem comprou os cadernos brochura, os lápis com a borracha na ponta e a mochila.

Não consigo esquecer que quando ele recebia o pagamento sempre trazia uma surpresa para mim e minha mãe, foi uma época que as crianças praticamente não tinham creche, pré escola, a mãe era a dona de casa, professora, empregada, era um segundo pai e o pai era uma mãe, isso era normal naquela época, ambos preocupados com o filho.

Sua trajetória de vida era sempre o trabalho, nas firmas que trabalhou que foram aqui no Brasil apenas três, trabalhava de segunda a sábado, pois naquela época era normal trabalhar aos Sábados até meio dia, a tarde cuidava da horta no fundo quintal e domingo fazia  a feira, ia de bicicleta de nosso bairro até Santo Amaro, hoje inimaginável esse percurso devido ao perigo no transito, enfim ele não parava.

As crianças com quatorze anos já iam trabalhar com carteira assinada, hoje é proibido, naquela época se forjava um caráter logo na infância e aprendendo com o pai, pois o trabalho dignifica o homem, e no caso do primeiro trabalho, não deixava a criança pensar bobagens, não ficava na ociosidade.

O conselho que o pai nos empregava, nos alertava para as dificuldades da vida e com isso valorizávamos o dinheirinho ganho e aprendíamos com isso a poupar e com essa atitude muitos dessa época se aposentaram com no máximo de 45 a 50 anos de idade.

Por isso e outras razões que tenho em meu pai meu herói meu exemplo e que seu nome Josef Rybczynski, é um exemplo de luta, perseverança e vitória, e tenho certeza que o bem venceu o mal pelo que ele viveu e sofreu nos caminhos da vida.

 texto enviado por: Estanislau Rybczynski

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

...papai Ricardo Kairalla

Ricardo Kairalla e Pingo

Ricardo Kairalla e Maria Silvia com suas  filhas Daniela e Roberta


Essa é minha família que tanto amo e que me faz a cada dia acreditar que a vida vale a pena.Minhas filhas são minhas grandes amigas.Cada uma com seu estilo e modo,  mas que me completam.Meu marido, sempre atencioso e preocupado com a família e, ainda bem que arrumou um grande companheiro para ter alguém ao seu lado nessa casa de tantas mulheres, nosso cão Pingo.Amo minha família.

texto e fotos enviados por:Maria Silvia Corrêa Kairalla

Meu pai Bartholomeu


Figura ímpar entre conhecidos, amigos e parentes. Uma bondade sem nenhuma mácula, trabalhador incansável, sustentou 9 filhos, correto no seu comércio, não guardava rancor, sempre oferecia outra face quando era ofendido.
Nos deixou com apenas 68 anos.
Sinto imensa saudade de sua presença pois, eu contava apenas 26 anos de idade, em 1958 quando ele nos deixou.
Nascido na Itália (Polignano a Mare – Bari) em 1890, chegou ao Brasil em 1901, com 11 anos. Criado em Petrópolis, Rio de Janeiro, veio pra São Paulo em meadas de 1915\18. Aqui se estabeleceu e ficou até morrer. Casando com Felícia Monaco, tiveram 10 filhos, perdendo um, em 1930, para a paralisia infantil, com 2 anos.
Amava seus filhos, com predileção, as mulheres, (5). A dedicação e o cuidado, estendia-se a minha mãe, que muito sentiu com sua partida.
Na época de sua morte, fiquei desnorteado, apesar de já estar casado e com o primeiro filho, Mauricio, que ele conseguiu ter nos braços, (11 meses), previu um futuro ao garoto que hoje, passados 52 anos, o Mauricio corresponde as previsões de meu pai.
Quem o conheceu sabe o PAI que foi, o meu. Hoje quero homenagear aquele que foi um verdadeiro e honrado PAI.


texto enviado por: Modesto Laruccia

Os amigos do meu pai Walter Walder

Meu pai costuma dizer que não tem amigos, pois não freqüenta a casa das pessoas com quem se relaciona (aliás, ele não visita ninguém). Por mais de trinta anos ele “bateu o ponto”, como se diz, no bar do seu Albertinho, na Avenida Santo Amaro, quase esquina com a Roque Petrella. Um estabelecimento comercial que na hora do almoço serve refeições tipo “comercial” e no mais é bar e lanchonete.

Ali, enquanto teve saúde, até junho de 2004, ele sentou-se todas as tardes, para conversar, tomar cerveja e “rabo de galo” (de Cynar), sempre com o mesmo grupo de amigos, encontro diário esse, que ele denomina “reunião de diretoria”. Entre as “abobrinhas” que conversavam estão: a reivindicação de férias e pagamento de horas extras para aposentados e aposentadoria da aposentadoria, pois ele já está há mais de 35 anos aposentado. Ali também já sofreu uma síncope e foi prontamente socorrido pelo João, filho do seu Albertinho, que o conduziu ao hospital e ficou com ele até chegarmos.

O João é advogado, está na casa dos 50 anos, mas meu pai o conhece desde que era estudante e trabalhava com o pai no bar. É uma figura!

Quando meu pai completou 78 anos, recebeu uma correspondência timbrada, que transcrevo a seguir:

“TRF – 3ª Região – Poder Judiciário
Prezado Sr. Walter Walder
Ref. Processo N=BA 249867/01/98 LEI 321.564
DE 02.05.97 – CONTROLE DE POPULAÇÃO

Conforme registro de nosso cadastro e controle, verificamos que V. Sa. atingiu o limite de idade prevista por lei.

Nossos estudos estatísticos indicam que sua idade não oferece mais nenhuma vantagem para a sociedade. Muito pelo contrário, acarreta uma carga suplementar para as entidades assistenciais de sua comunidade, bem como desagrado àqueles que o rodeiam.
Por esse motivo, V. Sa. Deverá apresentar-se ao CREMATÓRIO MUNICIPAL DA CAPITAL, até 08 (oito) dias após o recebimento desta, a partir das 09 (nove) horas da manhã, diante do forno 15, Ala Norte N=BA 4 para que possamos proceder vossa incineração.

Na oportunidade V.Sa. deverá apresentar-se munido dos seguintes itens:
1 – Carteira de identidade (original)
2 – Protocolo de Certidão de Débito em andamento
3 – 01 saco plástico (sem propaganda de supermercado) para as cinzas, com número de seu CPF impresso em silk-screen
4 – 02 metros cúbicos de lenha seca ou 18 litros de gasolina especial
5 – Comprovante de pagamento das Taxas de Cremação (autenticado)
6 – Procuração da esposa para fins de inventário ao advogado João Alberto.... - OAB/SP Nº... (este advogado foi sorteado eletronicamente)

Para evitar qualquer contratempo ou perigo de explosão, fica estipulado que deste momento em diante V.Sa. não deverá ingerir qualquer tipo de bebida alcoólica ou mesmo comer batata-doce, pois provocam reações incontroláveis de alta periculosidade, podendo inclusive ocorrer explosão.

Antecipadamente agradecemos vossa valiosa colaboração e, ADEUS!!!!!!!!!

Atenciosamente,
(assinatura)
Sub Chefe Substituto do Departamento de Controle de População”.

Essa carta foi mais uma brincadeirinha do João!

Hoje meu pai está com 91 anos e, em todo aniversário, o primeiro telefonema que recebe é do João:

-E aí?  Velhinho sem vergonha! Sabe que eu já estou de “saco cheio” de tanto te dar parabéns? Não viu as placas pela cidade toda avisando que é proibido passar dos 80?

Agora que não pode mais tomar seus aperitivos, meu pai vai uma ou duas vezes por semana ao bar do seu Albertinho para encontrar essas pessoas incríveis, bater um papinho e de vez em quando, aos sábados, pegar uma feijoada para nós, saborosa e bem feita, sempre pela mesma cozinheira, em todo esse tempo que ele ali comparece.

Do pessoal da “diretoria”, alguns já se foram, outros se mudaram, mas só deixaram boas recordações. E meu pai ainda acha que amizade só se faz freqüentando as casas uns dos outros!

 
meu pai Walter no Jardim da Luz com quase 1 ano ,com os seus pais Luiz Walder e Deolinda do Amaral Walder, em 1921

os 91 anos do meu pai Walter

                                                     meu pai pescando em Bertioga com a bisneta Vitoria , agora em 2011

texto e fotos enviados por: Lidia Walder

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

...mais papais

meu pai Mario Lippi em sua Honda, em 1983

meu pai Mario, minha mãe Anita,meu irmão Roberto,eu,meus irmãos Ricardo e Marinho,agachado, em 1996

Marcia minha esposa, eu e meus filhos Fernando e Ronaldinho, em 1988

 eu e meus filhos Fernando e Ronaldinho,em 2000

fotos enviadas por: Ronaldo Lippi

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Meu pai Juvenal Octaviano Miller Neto

No mês de agosto comemoramos o Dia dos Pais. Penso que dia de pai e mãe sejam todos os dias, pois eles são a essência de nossas vidas.
    Infelizmente meu amado pai Juvenal Octaviano Miller Neto (Juju Balagandã) nos deixou em 2003, e apesar da saudade, sempre q penso nele é com alegria pois tive a sorte e o privilégio de tê-lo como "meu pai".
    Meu pai era muito alegre, adorava cantar e dançar (tenho a quem puxar) e um digno "arroz de festa", ou seja, era um baladeiro, não perdia uma festa, comemoração,inauguração, etc!!!
    Foi sempre um batalhador: Aos 12 anos perdeu o pai e a partir daí começou a trabalhar. Ganhou bolsa de estudos no Colégio Bandeirantes e dava aulas de matemática p/ crianças menores ou mesmo de sua classe que tinham dificuldade na matéria. Era assim que auxiliava no orçamento doméstico. Morou por vários anos em um quarto de pensão juntamente com sua mãe, irmã e avó. Como recompensa por seu esforço entrou na POLI, onde fez engenharia civil.
    Quando eu era pequena, não tivemos muito contato pois ele era engenheiro de obra e vivia viajando, mas quando estava conosco, lembro-me bem que nos finais de semana, para poder ficar um pouco com os filhos, ele nos levava junto para as obras que estavam em andamento. Acho que meus irmãos tomaram gosto porque ambos são engenheiros. Eu, em compensação, tenho horror a obras, reformas, casas de materiais de construção, etc...
    Por outro lado, lembro-me bem que saíamos apenas nós dois e íamos à R. Augusta e Shopping Iguatemy para que eu comprasse roupas e sapatos sem a interferência da minha mãe. Era uma delícia, um dia só nosso, de pai e filha.
    Quando entrei no colegial, meu velho passou a me levar e buscar na escola. Bons tempos, em que íamos conversando naquele carrão que parecia um jacaré (era um galaxi verde), ouvindo concertos de piano. Lembro-me também que durante a faculdade, meu pai ia umas três vezes ao meu quarto para me acordar e na última ele me punha em pé e empurrava em direção ao banheiro, como era gostoso; eu não levantava de propósito!!!! Coitadinho do meu velho!!!
    Outra lembrança muito marcante foi quando comuniquei que iria me casar. Meu velhinho perdeu o rumo e até ficou um pouco encrenqueiro de tanto ciúmes.Mas no dia do casamento lá estava ele, fingindo estar muito calmo, sem saber o que fazer, se andava ou corria até o altar e na saída, pisou na minha calda, quase arrancando minha grinalda!!!
    Tenho muitas saudades do meu Juju Balagandã (ele gostava que eu o chamasse assim), das nossas cantorias, danças, passeios e até de cachimbarmos e charutarmos juntos (rsrsrs), lembrei-me disso agora: sentávamos no sofá da sala e ele tinha dois cachimbos que eu preparava e ali ficávamos conversando e cachimbando juntos. Também havia o charuto, mas confesso que não gostava de charutar, aquele cheiro era horrível.
    Aí estão algumas de minhas lembranças com meu amado pai. Ele deve estar lá em cima rindo do que estou escrevendo. Beijos meu velho querido!!!! EU TE AMO MUITO!!!


meu pai Juvenal  e eu na casa da Rua Inhambu,1840, em 1968

Cruzeiro de Reveillon para a Argentina,jantar no Cabo de São Vicente: meu pai, minha mãe  e eu,1972/1973

Cruzeiro para a Terra do Fogo, Porto de Santos:meu pai,eu,Ana Cecilia Saguas e meu irmão Luiz Eduardo, o Pei, em 1980

Maratona de Nova York: Cadú meu sobrinho, meu irmão Carlos e meu pai, em 1999

Brasilia, 1966 - o meu pai foi um dos muitos engenheiros que construiram Brasilia,cidade onde nasci. Antonio,Maria comigo no colo,meu pai com o Carlos no colo e André com o meu irmão Pei no colo

                                                      OS HOMENS DA FAMILIA MILLER: meu irmão Carlos amparando o meu filho Thiago,Cadú filho de Carlos,Pei e seu filho Eduardo e meu pai,Clube Pinheiros,em 1995

texto e fotos enviados por: Mariângela Miller Porto

O Bexiga e meu pai Arthur Macellaro

meu pai Arthur Macellaro e amigos na Rua Abolição,bairro da Bela Vista


meu pai e amigos no campinho de futebol da Rua Japurá

                                                        

Nasci na Rua Treze de Maio em frente ao grupo Maria José. Sou filha do falecido "Corumbá", o qual foi um dos fundadores do Bloco do Esfarrapado - Arthur Macellaro.

Minha mãe, Alaíde Turella Macellaro era a cabeleireira do antigo “Seu Barros” da Rua Conselheiro Ramalho.

Meu pai veio da Itália ,na barriga de sua mãe e morou em Corumbá (MS) até seus 14 anos, quando veio para o Bexiga. Aqui ele conheceu minha mãe na Rua Abolição. Casaram e moraram na Rua Treze de Maio por muitos anos.

Ele gostava de satirizar os períodos e personagens contemporâneos e usava o Bloco dos Esfarrapados como meio de chegar ao público com seus pensamentos. Eram cinco amigos que juntos ironizavam personagens como o Jânio, Aracy de Almeida, Xuxa, etc.

Ele deu várias reportagens para emissoras como a Tupo, Excelcior e Globo. Eles se distraiam com fantasias improvisadas e com efeitos inesperados. Reuniam-se inicialmente na Rua Manoel Dutra, na década de 30; depois vieram para a Rua Conselheiro Carrão para unir-se ao Grupo do “Armandinho”.

Contava com os amigos Esquerdinha, Giniguim e Pinguinha. No Bar do Celestino, onde comiam petiscos italianos, meu pai fazia a famosa “sardella” e uma berinjela curtida que tinham como satisfação as tardes de sábado.

Meu pai era muito sociável, gostava de verdade dos amigos... Trabalhou e se aposentou pela Prefeitura de São Paulo como agrimensor. Quebrava muitos "galhos", vendia fogos de artifício em época junina e de copa; teve a primeira TV em cores do bairro na copa de 70 (que se tem notícia), ajudou as vítimas do Joelma arrecadando medicamentos em sacos emergenciais que corremos para levar aos socorridos.

Lembro-me de suas estórias dos jogos de futebol (campinho na Japurá), de sua luta em favorecer a melhoria do bairro junto a Câmara Municipal e com o amigo Brasil Vita.

Que saudades da Carmona, braço direito da ajuda em nosso Bairro. Conheceu o Bilota Júnior, que ajudou nas promoções da Igreja Aquiropita junto com dona Rosinha e com os Vicentinos que promoviam recursos para ajudar a comunidade.

Fui boneca Eucalol e consegui levar o nome do nosso bairro para promover a comunidade que era muito pobre. A maior parte dos moradores eram filhos e descendentes de italianos artesãos recém chegados de seu país, que vieram ao Brasil para trabalhar como operários e funcionários públicos.

Éramos uma geração de novos filhos e netos de imigrantes. Vivemos o verdadeiro Bexiga dos bons tempos, onde se jogava dominó na calçada, não havia violência explicita, as amizades eram mantidas por palavras de honra, falava-se alto como se estivesse brigando como nos campeonatos de bocha.

Meu pai foi uma criatura bem participativa, mas nunca teve segundos interesses; era inocente e abriu mão de patentes que hoje priorizariam sua memória.

Por isso, presto essa homenagem a ele, que deixou lembranças boas para os que dividiram seus sentimentos em suas humildes lembranças. Todos gostavam dele! Existem muitos nomes para citar, perdoem-me; mas por hora agradeço.


                                                          meus pai Arthur e minha mãe ALaíde

fotos e texto enviados por: Maria Tereza Turella Macellaro               

                                                                    






segunda-feira, 15 de agosto de 2011

...mais papais

Maria Regina Cordovil  juntinho do seu pai o maestro Hervê Cordovil recebendo um troféu na Record,em 1961

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Julia filha de  Maria Regina Cordovil  juntinho de seu pai Daniel Haar                                                                             
fotos enviadas por: Maria Regina Cordovil