terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Rua Embaixador Ribeiro Couto, um dia Rua Olivia

Num determinado horário do dia minhas irmãs e eu, afoitas, subíamos as escadas de casa direto para o terraço e em questão de minutos surgia o gigante prateado, pomposo e barulhento:o avião!Durante muito tempo isso se tornou rotina para nós e sempre ficávamos perplexas!Afinal, nunca tínhamos visto um avião assim, quase nos céus....do nosso quintal!
Quando mudamos para o bairro Jardim Novo Mundo ou Vila Helena  como alguns chamavam, a Rua Olivia que um dia apesar dos manifestos e tristeza dos moradores passou a se chamar Rua Embaixador Ribeiro Couto não tinha asfalto, mas tinha árvores dos dois lados da calçada. A casa de número 152 estava toda feia, judiada, mas em pouco tempo foi reformada, pintada e ficou linda, aconchegante, calorosa, cheia de amor e muita algazarra:cinco filhos!A casa tinha as portas abertas para os vizinhos e amigos...sempre recebidos pelos meus pais Altivo e Tina com um bom café e um gostoso arroz doce.
Um dia ganhei uma grande bicicleta e com ela desvendei passagens secretas, caminhos cortados entre os matos, pontes improvisadas com tábuas, uma delas a atual Avenida dos Bandeirantes, e passei a ter, com gosto de travessura, ali aos  meus pés, as ruas do bairro:Catuiçara,Inahmbu,Cotovia, Ilamônia, Irauna, Pariquera-açu, Dr. José Cândido de Souza e as praças Paul Harris e Coronel Fernandes de Lima, Eucaliptos, Jauaperi,Arapanés...
E nessa mesma encantadora Rua Olivia,quase esquina com a pracinha, que pela primeira vez fui beijada,ou melhor, tive docemente os meus lábios tocados. Senti tremor nas pernas, o coração disparou...fechei os olhos e deixei o mundo rodar. O meu primeiro amor! Há muitos anos não moro mais na Rua Olivia, mas quase todos os dias caminho e me exercito na pracinha, onde surge a Rua Embaixador Ribeiro Couto, para mim eternamente Rua Olivia!
(texto escrito em 2008)

9 comentários:

  1. May,parabens!Seu blog esta muito lindo.Continue escrevendo bastante sobre nos.Um beijo da Me.

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  2. Luiz Simões Saidenberg1/20/2011 5:25 PM

    Muito legal, Márcia...boas lembranças. Rua Ribeiro Couto, ou Olivia, não sei qual é. Será alguma daqelas, ainda tranquilas, que marcam o início da Av. dos Eucaliptos, que tb não se chama mais( oficialmente!) assim? Parabéns, e um abraço. Luiz Saidenberg.

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  3. Parabéns Márcia: fotos e memórias, um par perfeito. Voltarei para colocar algum fato de que me lembre. Abraços.

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  4. Esta muito bom!!!Parabens!
    As lembrancas guardadas em nossa memoria,fazem maravilhas que voce muito bem, esta compartilhando com amigos e com outras pessoas para saber um pouquinho da historia desse bairro tao gostoso!
    Muito legal!
    Bjs querida

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  5. Estou amando. Consigo imaginar cada momento que vocês viveram. Que felicidade. É de aquecer o coração.

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  6. Até hoje,vez ou outra,passo na Emb.Ribeiro Couto,estaciono, e fico tentando reconstruir a minha alma,que tentava desvendar o que seria aquela emoção....aquêle sentimento,que ,eu,rei das ruas e das cantigas,perdia o prumo,a popa e a proa....ficava olhando e admirando aquela doce ingenuidade....

    [ Enviado em 14/6/2010 por Luiz Roberto rodrigues da Rocha - violeiro.violeiro@gmail.com ]

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  7. Adorei, voltei até no tempo. Delicia, lembro sempre dete bairro que pra mim tb foi magico hahah Até de bonde andei, velhos tempos mas saudoso.

    [ Enviado em 4/1/2011 por maria silvia kairalla - silviakairalla@ig.com.br ]

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  8. Olá Márcia, como é bom saber que ainda existem pessoas com tanta sensibilidade. Adorei sua história, grande abraço. Zélio Andrezzo

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  9. Marcia, foi otimo lembrar desta senhora que eu queria tão bem pois minha mae tambem era dona Maria. Morei na Rua Pintassilgo e lá era passagem obrigatória dela Dona Maria das flores que morava na Vila Olimpia na Vahia de Abreu. Lembro tanto que fui mordido pelo cão que a acompanhava. Seu nome era Tom, uma cachorro grande marrom desses vira latas que era manso porem neste dia não gostou da brincadeira e quase me levou a orelha esquerda. Fiz curativo na farmacia do Seu Hélio na rua grauna quase esquina com Av. Santo Amaro ao lado do cine Grauna. La se foram 18 ingeçoes na barriga no Instit. Pasteur. Nesta época tão especial as coisas eram muito mais simples e a vida era muito mais rica pois as pessoas se respeitavam. Como era bacana ver o padeiro deixar o pão e o leite em cima do mura das casas e ninguem pegava. E o furgão das balas confiança ou era Neuza?? e o carrinho da Kibon e o da Gelato...e o quebra queixo, as corridas de bicicleta em Moema e Vila Olimpia que quem ganhava sempre era um tal Francisco Flores, lembra??? Bem ai já é saudosismo. Um Beijo do Norberto (Nore)

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