sábado, 18 de outubro de 2014

Beto Coimbra ai está nossa maluca estória!



          1. Era uma tarde do ano de 1969 e após as aulas no Grupo Escolar Napoleão de Carvalho Freire, eu e o Beto, com minha Caloi dobrável, passeávamos pelas ruas do bairro, o Beto em pé no bagageiro gritando: corre, corre, corre. Eu magrinho naquela época, tinha que pedalar de pé para conseguir um pouco mais de velocidade. Percorríamos as ruas perto de nossas casas, eu morava na José Cândido de Souza e ele na Embaixador Ribeiro Couto. Estávamos envoltos naquela sensação de liberdade e coragem por podermos andar sozinhos. Sim, o bairro de Moema permitia que dois meninos de 9 anos fizessem isso. 
Chegando na minha casa, havia uma rampa em declive para chegar na garagem, o Beto ainda socava o banco da bike e gritava: corre, corre, corre. Quando chegamos na garagem, havíamos atingido uma certa velocidade por causa da rampa e aí quem disse que consegui parar? Fomos arremessados por cima das caixas, da enceradeira, forte apache, autorama, enfim por cima das coisas que guardávamos naquela época. Após o susto inicial, percebi que entre mortos e feridos todos se salvaram. Ainda meio zonzo, qual não foi a minha surpresa quando notei que o Beto estava com um galo enorme acima do olho esquerdo e um tanto arroxeado. Caraca,quase desmaiei de susto imaginando que tivesse ferido mortalmente meu amigo. Corri para chamar minha mãe, claro porque nessa hora o corajoso menino já queria o colo da mamãe. Coitada, quase acabei com ela. Era uma jovem mamãe, um pouco inexperiente, só se lembrou de um costume popular emergencial, o de colocar um bife em cima do local atingido. Cara aquele bife deixou o negocio muito assustador. Após minha mãe verificar que aparentemente não haviam maiores danos precisávamos mostrar o estrago para D. Stella e Sr. Breno, pais do Beto, para verificarmos se deveriam ser tomadas outras providências. Poxa quase caí de costas na hora de contar o ocorrido para os pais dele. Graças a Deus Sr. Breno e D. Stella logo verificaram que não havia maiores danos e nos liberaram para brincar novamente. Depois daquele dia nunca mais deixei o Beto mandar eu correr com ele na garupa, até porque depois da pancada seria melhor eu seguir pela minha própria cabeça, afinal quem sabe se ele não havia ficado meio doidinho né? rsrs
Lá na casa de D. Stella e do Sr. Breno era uma delícia, uma casa térrea muito ampla, haviam muitas delas naquela época, onde hoje se constroem prédios para 50 famílias ou mais. Éramos generosamente recebidos pela D. Stella com sua alegria contagiante e pelo Sr. Breno com sua elegância tradicional. Lá jogávamos canastra após as aulas e nos divertíamos. Lá também ocorreu o meu primeiro bailinho, a primeira paixão, sim porque a irmã do Beto, a Telinha, cresceu e virou uma gatinha. Lá era um lugar mágico. Lembro até hoje que entramos escondidos no quarto do irmão mais velho do Beto, o Breninho, para espiarmos um pôster psicodélico que ele trouxe dos EUA retratando o Pato Donald dando um assanhado amasso na Margarida, uau!
Tive uma adolescência coroada pela generosidade daquela família.
A casa da D. Stella é tão mágica que nos transporta no tempo.
Deus abençoou D. Stella com essa família linda. Muito obrigado por tudo família Coimbra.
Um beijo a todos.
Edi.

Edmundo Calio

4 comentários:

  1. Já não existem mais esses bairros onde a criançada se divertia a valer nas ruas gostei do acontecido com esses dois amigos

    Elseu

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  2. Edmundo ,ah Moema contando suas travessuras! E o bonito de tudo isso é que vocês continuam grandes amigos!.
    abração

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  3. Muitas doiduras a gente fazia com nossas magrelas.

    Sueli M. Dias

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  4. Gostei muito de saber dessa estória maluca, bons dias vividos nesse bairro

    Ana Maria

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