Fui morar em Moema com dois anos de idade, em 1955.
A casa em que morei ficava na Alameda Iraé, 200 (a numeração hoje em dia não é a mesma...). Era quase
esquina da Avenida Chibarás. O calçamento de paralelepípedo. Na foto estou trepado no portão ao lado de
minha mãe e meus irmãos, em foto de agosto de 1957.
Conforme lembranças de criança, ali na casa ao lado (a
casa de esquina) havia sido cometido um crime
bárbaro. Os pais saíram de casa deixando um bebê com
Minha mãe , meus irmãos e eu no portão de casa em 1957
louca e preparado a criança assada. Os pais colocaram
a casa à venda, mas não conseguiram vender, então
dividiram o grande terreno em três. Construíram duas
casas novas que foram vendidas, e a casa original
demorou ainda a ser vendida, mas foi vendida por uma
ninharia, já que ninguém queria morar lá. Era uma família bastante grande que morava lá. Os pais, filhos
casados e netos. As festas juninas que faziam eram ótimas. Todo ano na festa de São João íamos lá e
ganhávamos caixa de biriba e bombinha daquelas fininhas, eu me divertia fazendo “bateria”, acendendo uma
porção de uma só vez. Também às vezes tinha fósforos de cor. Lembro uma vez que fiquei muito contente,
pois ganhei uma caixa de fósforos que queimavam com cor verde. Não era uma cor comum...
Meu pai alugou uma das casas, a da esquina de um lado e do outro lado morava a Glória, eu era muito
pequeno e não lembro nomes dos outros membros da família.
Na época, Moema era bem pequena, pelo menos era o que me diziam e eu não tinha como negar. Era limitado
pelas ruas: Avenida Ibirapuera, Avenida Indianópolis, Alameda dos Maracatins e Avenida Jandira.
Moema cresceu muito na década de 70, pois havia um sensor de poluição da CETESB por ali e era uma das
poucas regiões de São Paulo onde a poluição do ar era baixa. Com isso todos os lançamentos imobiliários
começaram a dizer que ficavam em Moema, e a pequena Moema se transformou na grande Moema que se vê
hoje.
Por falar em prédios, o único prédio que lembro existir no bairro naquela época era o prédio que fica na
esquina da Alameda dos Maracatins e a Avenida Moema. Ainda hoje por lá. Fui olhar pelo Google Street View,
e verifiquei que o meu arranha-céu tinha apenas sete andares. Como era diferente na minha visão de criança.
Mas voltando à Alameda Iraé, em frente de casa existia um terreno baldio, e ali se jogava muito lixo, não sei de
onde vinha, mas o que eu mais gostava é quando jogavam celuloide colorida. Um tipo de plástico. Eu recortava
e fazia mil e uma com aquele material, mas o que eu gostava mesmo era colocar fogo. As chamas eram fortes
e o material queimava muito rápido. Eu era (e ainda sou ...) um pouco piromaníaco... Acho lindo ver uma boa
fogueira.
Na esquina oposta à minha morava um veterinário, Dr Coelho, não tinha contato com ele, apenas com o filho
e brincamos muitas vezes na rua juntos. Uma vez ele me mostrou um animal que tinha em casa. Ele dizia que
era cruzamento de coelho e gato, eu acho que era um gato mesmo, mas tinha o quadril e pernas traseiras mais
parecidas com um coelho. Como poderia ser chamado? Galho ou Coeto????
Ruy Ernesto N. Schwantes
Como é bom ler as histórias daqui do blog
ResponderExcluirgosto muito
Anisio
Pensar que essas casas todas já não mais existem, agora só prédios gigantes
ResponderExcluirMaria Eugenia
Prezado Ruy, se morou na Iraé, deve ter conhecido bem a minha querida EEPG Cesar Martinez, onde lecionei durante 10 anos. Gostei demais do seu relato. Obrigada marcia, por reavivar a cada dia nossa memória com boas lembranças. Abraço.
ResponderExcluirOlá Lídia
ExcluirEu estudei no Grupo escolar Cesar Martinez em 1963, fazendo o 5º ano primário (admissão), Tenho algumas recordações da escola que vou compartilhar. Em um outro texto que já enviei para a Márcia, falo um pouco das lembranças que tenho da escola.
Esse prédio da Avenida Moema continua firme e forte. Tive dois amigos que moravam lá.
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