terça-feira, 29 de março de 2011

Dona Maria das flores

      Toda sexta-feira um pouco antes do almoço já do portão de casa a gente conseguia ver dona Maria vindo lá do final da rua empurrando
o seu carrinho de madeira repleto de  flôres.Quanto mais perto ela chegava mais alto a gente gritava: 
      -Mãe a dona Maria! Vem mãe!
      Mamãe largava tudo o que estivesse fazendo e vinha às pressas.
      Dona Maria sempre vestia uma blusa preta, várias saias uma sobre a outra e todas pretas.Na cabeça trazia um lenço grande, colorido, todo enrolado.Era
de fato uma senhorazinha portuguesa.Tinha um sorriso largo e um jeitinho especial, até engraçadinho de falar:
     -O meninas, o que vão querer hoje?
      Mamãe olhava surpresa para o carrinho sem saber ao certo entre tantas flores lindas, quais escolher.Olhava, olhava e, então ia pegando
as palmas, rosas e os cravos que papai gostava tanto.Os seus braços ficavam repletos, ah era bonito de se ver!
      E como num estalar de dedos as vizinhas vinham se aproximando e comprando.
      Dona Maria das flores se despedia promentendo voltar na próxima semana. Empurrando o seu carrinho, agora já vazio, ia sumindo pela rua de volta à
sua chácara na Vila Olímpia.
      Surpresa maior era entrar em casa e ver tudo tão florido!

sábado, 26 de março de 2011

Reminiscências

Elizabeth Taylor e James Dean em cena de "Assim Caminha a Humanidade" (1956). Um dos melhores filmes que assisti em minha vida,
James Dean morreu jovem, logo depois de fazer esse filme. Elisabeth  Taylon foi muito mais longe, morreu aos 79 anos.
Postado por : Mario Lopomo

terça-feira, 22 de março de 2011

Veja, ilustre passageiro...

Adentrando os imponentes espaços do Instituto Tomie Ohtake, bem ao fundo, ao lado do restaurante, deparamos com duas curiosas exposições, capazes de despertar lembranças saudosas no mais empedernido e circunspecto dos ranzinzas.
Isto depois de termos dado uma olhada, no andar de cima, nas curiosas obras do badalado Vic Muniz. Descendo a escada e passando pela pequena multidão disputando uma mesa, ali estão: a exposição de rótulos de cachaça, desde os mais famosos aos mais primitivos e anônimos de perdidos alambiques do sertão e a dos Annuncios em Bonds.
Annuncios em Bonds... quem, já de certa idade, não se lembra deles, sendo que em alguns casos foram até sua própria motivação para aprender a ler? Veja, ilustre passageiro, o belo tipo faceiro...larga-me, solta-me, deixa-me gritar....assim como me vê, são vistos os anúncios da Annuncios em Bonds...
Cada um tem suas lembranças particulares do qual lhe marcou mais, mas Veja, ilustre passageiro é unanimidade, e justamente por isto dá nome à mostra.
Belos cartazes dos primórdios da propaganda em São Paulo. Fora eu de uma geração anterior, talvez também tivesse trabalhado neles, no Atelier Mirga. O atelier foi criado e dirigido pelo polonês Henrique Mirgalowsky, e entre 1928 e 1970 criou os principais cartazes de bondes e ônibus, que hoje fazem parte de nossa história e do imaginário popular.
Entrei na publicidade mais tarde, quando o atelier já estava fechando suas portas, bem como os saudosos bondes, no caso dos que portas tinham, pois peguei o bonde an
dando, agarrado no balaústre - mais uma coisa, e palavra em desuso, como o bonde...
Ainda assim, conheci alguns dos grandes artistas que trabalharam com Mirga: Fritz Lessin, que parecia um conde alemão, mas, era de uma simplicidade cativante; Ivo Araújo, excelente pessoa e diretor de arte; João Cardacci, já velhinho, dirigindo o estúdio da Almap...
Convido-os, então, a entrar nessa exposição e matar a saudades dos cartazes e ver, espantoso, como as artes eram todas manuais, as letras a anos luz da fotocomposição de hoje. Tudo na munheca, e lindo.
E relembrar os velhos nomes. Eucalol, Vic Maltema, Phymatosan, Lavolho, Duchen, Vinho Centauro...e rever, afinal, até aquele belo passageiro, faceiro, que acredite, quase morreu de bronquite.
10/02 a 10 de abril/2011

Instituto Tomie Ohtake
Av.Faria Lima,201
Entrada pela Rua Caropés,Pinheiros
São Paulo-SP
fone:11- 22451900
aberto de terça-feira a domingo das 11 às 20 horas 
Escrito por: Luiz Saidenberg

segunda-feira, 21 de março de 2011

Vavo, Beto e Vivo!

José Álvaro F.Barreto(Vavo),Carlos Alberto Coimbra(Beto) e Altivo Ovando Jr.(Vivo) encostados no karmaguia do José Claudio F.Barreto(Cao) em frente a casa dos Barreto  
foto: 1968 enviada por Marta Ovando Obara

sexta-feira, 18 de março de 2011

Um passeio pela Praça Clovis Bevilaqua

Roberto e Ida Lippi
Além de toda elegância do casal dá para ver ao fundo o bonde da CMTC
foto: década de 40 enviada por Ronaldo Lippi

terça-feira, 15 de março de 2011

Rua Divino Salvador
Roberto Lippi nasceu em Lucca, Itália assim como sua esposa Ida e seus dois filhos Silvano e Mario.
Em 1925 Roberto Lippi veio sòzinho para o Brasil e foi morar no bairro Belenzinho . Sòmente no final de 1928
sua esposa e seus dois filhos vieram para o Brasil. A família foi morar na Rua Divino Salvador em Moema, na época o bairro ainda tinha o nome de Indianópolis.


Rua Divino Salvador ao lado do antigo prédio dos padres entre a Alameda Iraé e Alameda Jurupis
na foto a família: Roberto, Ida, Silvano e Mario
ano da foto:1930
foto enviada por Ronaldo Lippi
Mulheres no trajeto
O valoroso biarticulado e reprogramado 5362-10 Praça da Sé.
A reprogramação, com substituições, seccionamentos e implantações, era para contemplar o aumento de 27% na oferta de lugares. Mas os 27 metros do autocarro sai apinhado desde o ponto inicial.

No percurso da Av. Atlântica até a Igreja de Moema, conversas entrecortadas por paradas, primeira e segunda.
-Dormir no emprego não aceito mais não. Nem eu, respondeu a outra.
- Elas escravizam a gente. Não tem hora pra acabar. Falam que é pra gente trabalhar até as 18h e, até nove da noite ainda tem louça pra lavar.
- “A minha”, queria cobrar a travessa que eu quebrei. Muita vez, eu escondo, ou então, levo o que quebra pra casa.
- Já eu, a pior coisa que fiz, foi prender o rabo do cachorro dela. Foi no elevador. Quando vi era só sangue. Ficou só o cotôco. Deu dó. Liguei no serviço dela e contei. Foi um Deus nos acuda. Agora tô fazendo um curso de artesanato. Quero trabalhar em casa, por conta própria. Não agüento mais não.
- Já eu, quero achar serviço numa empresa de limpeza. Preciso do registro por causa das crianças e do INSS.
- O trabalho é muito e o ganho é pouco. Criar filhos, sozinha e ainda cuidar dos filhos dos outros, não é fácil não.
- Morar em lugar debilitado. Debilitada é a saúde. Vida débil de desejos Chuvarada enchentes, desmoronamentos.
- Preciso muito de uma porta-comporta. Sabe o que é? É uma porta que tem borracha embaixo para a água não entrar. Custa caro e o que eu ganho, mal dá para pagar água, luz e comida.
- O gás sempre acaba antes do mês. Faço trempe com tijolo no quintal. Cato lenha e assim vou cozinhando até o dia receber o pagamento.
- Vida cinzenta, cobrança de toda cor e tamanho. TV quebrada, divertimento esfolado.
- Serviço dobrado, faxina que não acaba. O corpo esgarçado. Vida besta.
- No dia em que perdi tudo, eu chorei. Perdi tudo só não perdi a fé.
Domésticos no Brasil são 7.223.000, ou, 7,8% dos trabalhadores (dados do PNAD 2009 e Pesquisa Mensal de Emprego, do IBGE). Na grande SP, o número é 766 mil. Hoje, muitas estão migrando para outras áreas.
A versão moderna da Casa Grande e Senzala são os famosos DCE’s (Dependência Completa de Empregada). Entenda-se um cubículo claustrofóbico, onde mal cabem a cama e o radinho. Acordar com o pé no tanque.
A tecnologia possibilitou muitas facilidades e a educação inseriu a mulher no mercado de trabalho. Mulheres, mães, trabalhadoras com jornadas duplas, triplas até. E quem depende de empregada pra sobreviver, acaba trazendo um problema social pra dentro de casa.
Bem em frente à Igreja de Moema, elas descem para a realização das tarefas de reprodução da vida. Tarefas fundamentais e tão pouco reconhecidas.

Escrito por Suely Aparecida Schraner

sábado, 12 de março de 2011

Turminha boa!

embaixo da foto:em pé Tadeu, Maria Fernanda Ovando (Fê),Rosely Coimbra(Rose), Zezé no meio Maristela Coimbra(Telinha) no chão Altivo(Vivo) e Carlos Alberto Coimbra(Beto) atrás deles a casa da dona Nini e a casa dos Barreto

Foto ano :1966

Foto enviada por Marta Ovando Obara

quinta-feira, 10 de março de 2011

Tudo o que vivi em Moema nos anos 60
Consegui entrar em contato com dois grandes amigos de uma forma que me deixou realmente bastante emocionado. São eles, os irmaos, Ricardo e Mario Jorge, os quais nao vejo desde janeiro de 1971 quando meu pai resolveu se mudar para Belo Horizonte. Até hoje moro em Belo Horizonte, mas os tenho na lembrança por todos esses anos. Foram amigos (ainda são) como irmãos, nossas mães eram muito amigas. Dona Esther e Dona Iracema que entre outras me lembro que faziam tricot numa maquininha chamada lanofix. O dia inteiro uma na casa da outra tricotando e a gente na rua se esbaldando. Fiquei emocionado, senti o corpo arrepiado ao ler os comentários dos meus amigos. O (Tche) entre parenteses foi a gota dágua, nunca mais ninguem me chamou de Tche. Aí eu pensei: Foi verdade.... tudo aquilo que vivi em Moema nos anos 60 foi verdade...Aquilo realmente aconteceu... Da Jaboticabeira como poderia me esquecer?. Parecia um milagre aquela jaboticabeira, pois eram uns 20 moleques que subiam na marquise da casa pelo muro da casa do Bebeto e passavam o dia chupando jaboticaba(pleno verão). A gente pelava o pé e elas não acabavam, no outro dias sempre tinha mais. E elas ficavam na altura da gente sobre a marquise.Como chupar jaboticaba hoje em dia e não se lembrar daquela que foi A Jaboticabeira e consequentemente não se lembrar de quem estava com você naqueles momentos? De vocês meus amigos, me lembro muito e não sei dizer pq nunca nos vimos mais. Não sei dizer. Me lembro do pão com Ketchup, puro, só ketchup. Meu amigo Nikita era viciado nisso. Sentava na calçada e mandava. Me lembro do Chevrolet Bel-air 1956, que maravilha...Me lembro do barulho do carro quando o pai de voces chegava e jogava uma segunda no Bel-air....Inconfundivel... Alguns anos atrás (1987) eu comprei um bel-air 56 mas precisei vender. O Mário Jorge era Corinthiano roxo, doente, também né??... tinha Ado, Rivelino, Aladim, Mirandinha...Me lembro da bicicleta do Mario Jorge que foi comprada do Pedro que morava na Eucaliptos. E o campinho feito ao lado da casa do Nizio. Nós que fizemos, enxada,pá e picareta. Aquilo era um paraíso. O mundo poderia acabar. Lembro da galinha Baronesa, era ovo todo dia, lembro do Dunga que quase pegava a gente na entradinha da garagem para o fundo do quintal. Ele quase pegava. A gente sabia que não mas dava medo assim mesmo. A gente esperava ele ir pro outro lado e saia correndo. Da casinha de boneca da Lu. A unica menina que deixava a gente entrar em sua casinha. E é por isso que eu gostava muito dela, pq além de ser a menina mais linda que eu já vi em toda minha vida, era um doce de pessoa. Me lembro do dia em que ela antes de ir se apresentar no teatro Paulo Eiró, passou lá em casa vestida de bailarina. Quase morri, nunva vi nada igual na minha vida, ela toda maqueada, com aqueles olhos verdes, aqueles cabelos com umas mechas loiras mais claras... Meus amigos, se nao fosse a ideia absurda do meu pai se mudar para BH, certamente seríamos cunhados se assim a Lu quisesse, é claro...

Texto escrito e autorizado por Rogério Zanetti

sexta-feira, 4 de março de 2011

Carnaval em Moema
Marta,Kazumi,Mainah e Mayra
Mulatas da Vai vai,Mayra e Mainah
Marta,Lucia Helena,Mainah e Mayra

Mainah e Mayra
É carnaval e tô aqui lembrando do carnaval do D. Pepe di Nápole em Moema.O bairro todo ficava esperando o dia chegar e as crianças se preparavam fantasiadas para comemorar.De longe se ouvia o batuque do caminhao do som e todos cantando e seguindo com alegria e educaçao.Era bom demais e lá iamos percorrendo as ruas Gaivota,Canario, Cotovia,Inhambu,Lavandisca,
Macuco,Arapanés..E cantando,pulando e dançando passávamos algumas horas na total felicidade.Pena que acabou...
Texto e fotos: Marta Ovando Obara
fotos: ano 1997

quarta-feira, 2 de março de 2011

Colégio Nossa Senhora Aparecida
foto:ano 1940 (foto do arquivo do colégio)
Colégio Franciscano Nossa Senhora Aparecida nasceu como Instituto em 1937,idealizado pelos moradores de Moema em união com a Paróquia N.Sra.Aparecida.Funcionou numa casa particular,bem em frente à paróquia, cedida pelo dr. Raul Loureiro na Rua Conselheiro Rodrigues Alves hoje,Avenida Ibirapuera .Depois foi construido um pequeno prédio na Rua Paiaguás, 4 hoje Alameda Jauaperi,416 dando início ao curso primário.Em 1949 teve início o curso ginasial e em 1955 o curso normal.(arquivo do colégio)
                                                           foto : ano 1955
TINHAMOS QUE LEVAR UM TIPO DE CALÇADOS QUE CHAMAVA ALPARGATAS RODA FEITO DE LONA E CORDAS
LEVAVAMOS NUMA SACOLINHA DE PANO E AO ENTRARMOS NO COLEGIO TROCAVAMOS PELO CALCADO NORMAL. AO SAIR VOLTAVAMOS A COLOCAR O SAPATO DE COURO.
ESSA PRATICA ERA OBRIGATORIA E SERVIA PARA NAO RISCAR O ASSOALHO DO COLEGIO SEMPRE MUITO BEM LIMPO E BRILHANTE. BONS TEMPOS EM QUE SE CUMPRIA NORMAS SE RESPEITAVA OS MAIS VELHOS HOJE ATE COM ARMAS SE ENTRA NAS ESCOLAS .
texto e foto de João dos Santos Motta (que na foto é o primeiro em pé da última fila da esquerda para direita)

terça-feira, 1 de março de 2011

Praça Coronel Fernandes de Lima
A menina maior da foto é a Celia que morou na casa de número 34 da praça até os seus 14 anos.
fotos enviadas por: Celia Barcellos  
ano da foto:1965